Delgatti está detido desde agosto de 2023 por suspeita de conspirar, a pedido da deputada federal Carla Zambelli (PL), contra o ministro Alexandre de Moraes
O juiz Omar Dantas Lima, do 3º Juizado Especial Criminal de Brasília, sentenciou na segunda-feira (29) o programador Walter Delgatti Neto, conhecido como o hacker da Vaza Jato, a 10 meses e 20 dias de reclusão em regime semiaberto, além de uma multa, pelo crime de calúnia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A decisão permite que Delgatti apele em liberdade.
Delgatti está detido desde agosto de 2023 por outra acusação: a suspeita de conspirar, a pedido da deputada federal Carla Zambelli (PL), contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), o que levou à invasão dos sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e à inserção de documentos e alvarás de soltura falsos.
Na ação judicial, Bolsonaro afirmou que Delgatti mentiu ao acusá-lo de grampear Moraes durante seu depoimento à CPI do 8 de janeiro. Bolsonaro informou à Justiça que se encontrou com Delgatti apenas uma vez no Palácio da Alvorada. Segundo o ex-presidente, Delgatti discutiu o sistema eleitoral brasileiro, e essas informações foram encaminhadas ao Ministério da Defesa.
Bolsonaro também negou que Delgatti esteve no palácio em outras ocasiões e afirmou que não houve mais contato entre eles, nem pessoalmente, nem por telefone. Além disso, declarou que nunca ouviu falar sobre possíveis grampos contra o ministro do STF e que não conversou sobre esse assunto com ninguém.
A defesa de Delgatti sustenta que ele não tinha a intenção de caluniar Bolsonaro, apenas relatou que o ex-presidente teria pedido que ele assumisse a autoria de um “grampo” supostamente realizado por agentes estrangeiros.
Na sentença, o juiz destacou que o crime foi configurado pela conduta de Delgatti, que teria agido com a intenção de caluniar Bolsonaro ao fazer uma acusação falsa diante dos parlamentares da CPI, cujas sessões foram amplamente divulgadas pela mídia e tiveram grande repercussão.