Na quarta-feira (6), Haddad havia dito que faltavam apenas detalhes para finalizar as medidas
O governo federal adiou mais uma vez o anúncio sobre o corte de gastos no orçamento da União, frustrando expectativas de mercado e gerando pressão de aliados. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu nesta sexta-feira (8) com ministros e integrantes da área econômica, mas, após três horas de discussões, a decisão foi postergada para a próxima semana.
O Executivo enfrenta cobrança para apresentar o aguardado pacote fiscal, que já vem sendo discutido há dias em reuniões entre Lula e sua equipe, sem um desfecho claro.
O encontro contou com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin e dos ministros Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda), Camilo Santana (Educação), Luiz Marinho (Trabalho), Nísia Trindade (Saúde), Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), Ester Dweck (Gestão e Inovação), Paulo Pimenta (Comunicação Social) e Jorge Messias (AGU).
Na quarta-feira (6), Haddad havia dito que faltavam apenas detalhes para finalizar as medidas, gerando expectativas de anúncio até o fim da semana. Ele também esperava discutir o pacote com os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, que não compareceu devido ao falecimento de seu pai, Helio Cota Pacheco.
A incerteza sobre os cortes já provoca instabilidade no mercado financeiro, refletida na alta do dólar, que alcançou R$ 5,76 nesta sexta-feira. Ao mesmo tempo, a pressão vem de dentro do próprio partido de Lula.
A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, voltou a criticar o Banco Central pelo recente aumento da taxa de juros, atacando medidas que possam impactar previdência, saúde e educação. Hoffmann chamou o ajuste de “ganância e concentração indecente da renda nacional”, questionando o impacto negativo sobre trabalhadores e aposentados, enquanto o governo segue sem uma resposta concreta para o aperto fiscal.