“O problema não é cortar. O problema é decidir se é realmente necessário cortar”, disse o presidente
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o governo está revisando os gastos públicos sem se preocupar com o nervosismo do mercado financeiro. Ele ressaltou a importância de manter os investimentos em Saúde e Educação, ao mesmo tempo em que considera a possibilidade de eventuais cortes. As medidas servem, sobretudo, para compensar a queda na arrecadação do governo em consequência da desoneração da folha de pagamento, além de outras perdas de receita.
Durante a entrevista ao UOL, Lula explicou: “Estamos analisando onde há gastos excessivos, onde há gastos que não deveriam existir, onde há pessoas recebendo que não deveriam receber.” Ele enfatizou a tranquilidade na abordagem, priorizando a continuidade das políticas de investimento, destacando que esses investimentos podem impulsionar a produtividade nos setores mencionados.
Questionado sobre os cortes, o presidente ponderou: “O problema não é cortar. O problema é decidir se é realmente necessário cortar, ou se precisamos aumentar a arrecadação. Precisamos ter essa discussão.”
Lula também comentou sobre a derrubada do veto à desoneração pelo Congresso, enfatizando que isso implica em renúncia de receitas para o governo. Ele questionou a lógica de abrir mão de arrecadação para beneficiar empresários, especialmente sem garantias sobre a manutenção do emprego dos funcionários.
O presidente comparou os gastos do Brasil com os de outros países desenvolvidos, argumentando que o Brasil ainda investe menos em proporção ao Produto Interno Bruto (PIB). “Estamos muito abaixo dos gastos de outros países”, afirmou, defendendo a necessidade de avaliar se os gastos estão sendo eficientes e contribuindo para o futuro do país.
Os ministros da Fazenda, do Planejamento e da Indústria e Comércio — Fernando Haddad, Simone Tebet e Geraldo Alckmin — já sinalizaram uma possível revisão nos gastos públicos, embora os cortes ainda não tenham sido oficialmente propostos. Entre as medidas que o governo deve adotar para diminuir os gastos, estão perícias no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e no auxílio-doença.