Governo e servidores em greve do INSS mantêm impasse sobre reajuste

Após 52 dias em greve, médicos peritos do INSS voltam a trabalhar hoje

Desde 16 de julho, os servidores do INSS estão em greve, reivindicando melhores condições de trabalho e reconhecimento da carreira

O governo federal e os servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) continuam sem chegar a um acordo, e uma nova rodada de negociações está marcada para esta sexta-feira (9). A discussão se concentra em torno do reajuste salarial e da valorização da carreira.

Desde 16 de julho, os servidores do INSS estão em greve, reivindicando melhores condições de trabalho e reconhecimento da carreira. A paralisação tem causado preocupação no governo, que recorreu à Justiça para evitar impactos na prestação dos serviços.

Representado pelo Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), o governo Lula (PT) pretende encerrar todas as mesas de negociações com os servidores públicos federais até a próxima sexta-feira (16).

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, no final de julho, que a greve não deve prejudicar os serviços essenciais, exigindo que cada agência do INSS mantenha pelo menos 85% das equipes em funcionamento. A desobediência a essa determinação pode acarretar uma multa diária de R$ 500 mil.

Até o momento, segundo um levantamento do Coletivo Mudança e Renovação, que representa servidores da Previdência Social, 104 gestores das Gerências Executivas do INSS em todo o país aderiram à greve.

As entidades que representam os servidores do INSS, como a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps) e o Sindicato dos Trabalhadores Federais da Saúde, Trabalho e Previdência (Sindisprev), afirmam que o governo tem limitado as negociações à questão salarial, sem abordar os temas centrais da paralisação.

Os grevistas afirmam que a principal motivação da greve é o reconhecimento da carreira do seguro social e da política previdenciária como partes essenciais do núcleo estratégico do Estado.

Eles exigem que o governo apresente um projeto de lei ao Congresso Nacional com os seguintes pontos:

  1. Reconhecimento da carreira do seguro social e da política previdenciária como essenciais e parte do núcleo estratégico do Estado;
  2. Inclusão de atividades como auditoria, controle, fiscalização e combate à fraude nos benefícios previdenciários e assistenciais nas atribuições da carreira do seguro social;
  3. Alteração do critério de ingresso para o cargo de técnico do seguro social, exigindo nível superior, em conformidade com a complexidade das funções desempenhadas.

Os servidores também ressaltam a importância de reestruturar o INSS e revisar o modelo de gestão do órgão. Embora a questão financeira seja relevante, eles afirmam que não é o foco principal neste momento e que será discutida somente após o governo apresentar propostas concretas para os pontos centrais da pauta.

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