Secretário de Comunicação do Palácio do Buriti usou estrutura do estado para atacar sorrateiramente a governadora em exercício Celina Leão após 8 de janeiro, diz jornalista
Por Mino Pedrosa
“Temos artilharia. Precisamos fragilizá-la. Se for preciso, arranjamos uma bala de prata para um tiro certeiro na testa dela”, diz o secretário Wellington Moraes, vulgo Baiano, no encontro programado com o jornalista José Seabra, do portal Notibras, oito dias após terroristas invadirem as sedes dos três poderes da República.
Na ocasião relatada pelo jornalista nesta terça-feira (13), enquanto a vice-governador Celina Leão ocupava a principal cadeira do Palácio do Buriti, devido ao afastamento de Ibaneis Rocha da função após ser conivente com bandidos e vândalos, Baiano e seu comparsa Paulo Pestana tentaram ceifar o destino político de Celina Leão.
No diálogo ocorrido na Pães e Vinhos do setor Sudoeste, região nobre de Brasília, José Seabra demonstra de forma subliminar que não teve intenção, mas acompanhado de sua filha, acabou por registrar e gravar toda a conversa envolvendo o secretário de Comunicação do governo local.
Na ocasião, a ordem foi direta e veio da comunicação oficial do Buriti: usar da “artilharia” contra a própria governadora em exercício à época. Se necessário, ressaltou Baiano, entregaria uma “bala de prata” para um “tiro na testa” ameaçador contra a então gestora estadual.
Desde antes de assumir a secretaria da gestão Ibaneis, Baiano tem o costume de usar o termo “bala de prata” para abater adversários. O mesmo termo foi usado durante a eleição de 2018, quando Baiano trabalhava para o candidato Alberto Fraga e conseguiu para o núcleo da campanha, segundo ele mesmo confessa, um suposto caso homossexual do então candidato Ibaneis Rocha com um menor de idade.
Na ocasião, Wellington Moraes aproveitou da informação para se cacifar e se vender a Ibaneis Rocha juntamente com Paulo Pestana. O jogo duplo o fez secretário.
Baiano, após a divulgação da conversa pelo Notibras, tem esbravejado aos quatro cantos do Palácio do Buriti que se trata de uma mentira. “É mentira desse vagabundo. Nunca aconteceu isso. Ele quer é achacar”, garante Baiano. Já Paulo Pestana tem buscado a opção do desprezo: “Eu não leio esse bandido já faz um tempo. Não acredite nessa mentira”.
Coincidência ou não, após desfrutarem do harmonioso ambiente da Pães e Vinhos, Celina Leão passou a ser alvo constante de ataques na mídia local e nacional.