Fugitivas do 8 de Janeiro são presas ao tentar entrar ilegalmente nos EUA e aguardam deportação

A esperança do grupo era obter refúgio político com o apoio de Trump, presidente americano e aliado declarado de Jair Bolsonaro

O plano de fuga de um grupo de mulheres condenadas pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 fracassou nos Estados Unidos. Ao menos quatro delas foram presas ao tentar entrar ilegalmente no país e agora aguardam a deportação de volta ao Brasil.

Três foram capturadas um dia após a posse de Donald Trump, em janeiro deste ano, apostando que o novo governo republicano facilitaria sua permanência no território americano.

A informação foi confirmada pela ICE (Polícia de Imigração e Alfândega dos EUA) ao portal UOL, que também destacou que as presas serão expulsas e devolvidas a seus países de origem. As mulheres – três já condenadas e uma ré com mandados de prisão no Brasil – estão detidas há mais de 50 dias e foram capturadas na fronteira mexicana, onde tentaram atravessar clandestinamente.

Destino frustrado

O grupo de fugitivas saiu do Brasil em 2024 e se refugiou inicialmente na Argentina. Porém, com o aumento da pressão por extradição por parte do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiram partir rumo aos Estados Unidos.

A esperança do grupo era obter refúgio político com o apoio de Trump, presidente americano e aliado declarado de Jair Bolsonaro.

Entre as detidas, está Raquel Souza Lopes, de Joinville (SC), condenada a 17 anos de prisão por crimes como tentativa de golpe de Estado e dano ao patrimônio público. Rosana Maciel Gomes, de Goiânia (GO), recebeu 14 anos de prisão pelos atos golpistas. Michely Paiva Alves, de Limeira (SP), ainda não foi condenada, mas é ré por cinco crimes, incluindo o financiamento de um ônibus para levar extremistas a Brasília no dia da invasão. Cristiane da Silva, de Balneário Camboriú (SC), foi condenada a um ano de prisão e insiste na tese de que apenas “passeava” na capital federal.

As quatro mulheres foram presas em dois momentos: Raquel foi capturada em 12 de janeiro, na cidade de La Grulla, no Texas. Já Rosana, Michely e Cristiane foram detidas em 21 de janeiro, em El Paso, na mesma região. Todas foram encaminhadas para centros de detenção da ICE, onde aguardam o inevitável processo de deportação.

A promessa de Trump

Na véspera da prisão do trio, Trump reafirmou seu compromisso de realizar deportações em massa e declarou:
“Toda entrada ilegal será imediatamente interrompida e começaremos o processo de devolver milhões e milhões de criminosos estrangeiros aos lugares de onde vieram.”

As golpistas, que esperavam acolhimento do republicano, foram recebidas com a dura realidade de seu governo: a expulsão acelerada de imigrantes ilegais.

Segundo a ICE, as quatro brasileiras foram detidas pelo patrulhamento da fronteira e enquadradas no processo de “expulsão acelerada”, que evita até mesmo a necessidade de julgamento diante de um juiz de imigração.

Além das quatro presas nos EUA, outros fugitivos do 8 de Janeiro continuam escondidos em países como Argentina, Colômbia e Peru, onde tentam escapar das condenações e da Justiça brasileira.

Fatos Online

Share on facebook
Share on twitter
Share on whatsapp
Share on telegram