Flávio Bolsonaro voltou a insistir na tese de que a delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, teria sido obtida sob coação
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) voltou a recorrer à retórica de ataque ao Judiciário para defender seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por envolvimento em uma trama golpista em 2022.
Nesta quarta-feira (19), Flávio disparou contra o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, acusando-o de “odiar” Bolsonaro.
A declaração acontece um dia após a PGR denunciar o ex-presidente e outras 33 pessoas por suposta conspiração para subverter o processo democrático.
Para Flávio, no entanto, a denúncia seria “absurda” e motivada por interesses políticos – uma narrativa recorrente entre os aliados do ex-mandatário sempre que ele se vê encurralado por investigações.
“Eu lamento muito que o Paulo Gonet tenha ido para essa linha de ter uma atuação política em um órgão que é técnico. Fica parecendo que ele é mais temente ao Alexandre de Moraes do que a Deus”, declarou Flávio.
O senador também criticou Moraes, acusando-o de conduzir investigações de forma parcial e de ter um “ódio” pessoal contra Bolsonaro. “Ele não faz questão de esconder isso para ninguém”, afirmou Flávio.
A narrativa da ‘coação’
Além das acusações contra a PGR e o STF, Flávio Bolsonaro voltou a insistir na tese de que a delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, teria sido obtida sob coação. Sem apresentar qualquer prova, o senador sugeriu que Cid teria sido forçado a incriminar seu pai.
“Foi um copia e cola do que o Cid colocou no papel nas suas ‘transdelações’, porque o que ele fez não foi delação, foi uma coação para ele botar no papel o que os seus acusadores queriam”, disse o congressista.