Após o incêndio, o homem retornou ao local do crime por pelo menos três vezes
O ex-médico Lauro Estevão Vaz, acusado de provocar o incêndio cruel no apartamento da própria mãe, Zely Alves Curvo, 94 anos, virou réu e teve a prisão temporária convertida em preventiva pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT).
A Corte acolheu denúncia apresentada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) contra ele, com base em inquérito da Polícia Civil (PCDF) na última sexta-feira (26).
“Os fatos imputados ao denunciado são graves, uma vez que [o caso] se trata de um suposto crime de homicídio, tendo como vítima pessoa idosa e hipervulnerável, com 94 anos de idade, genitora do denunciado”, destacou o juiz André Silva Ribeiro, da 1ª Vara Criminal e do Tribunal do Júri de Águas Claras.
O caso
O filho da idosa, de 64 anos, foi indiciado pelos crimes de feminicídio triplamente qualificado (motivo torpe, uso de fogo, e por recurso que impossibilitou a defesa da vítima), e fraude processual.
Durante as investigações, foram ouvidas testemunhas que relataram que o criminoso, costumeiramente, deixava a idosa sozinha, e não arcava com os custos de cuidadora. Além disso, testemunhas afirmaram que o filho, responsável por gerir os recursos financeiros da mãe, gastava os valores com suas próprias despesas pessoais.
Após o incêndio, o homem retornou ao local do crime por pelo menos três vezes: no mesmo dia do incêndio, 31/05, no período da noite, quando retirou diversos objetos do local; no sábado, 01/06, o homem novamente foi ao local do crime, onde permaneceu por cerca de uma hora e meia, tirando mais objetos; no domingo, 02/06, ao ir mais uma vez ao prédio, foi impedido pelo síndico de entrar no apartamento.
Foi realizado exame pericial no local, que conclui que o incêndio teve como foco inicial a maca onde a idosa estava, e como causa a ação humana.