Execução no Aeroporto de Guarulhos: MP denuncia seis envolvidos

A motivação do crime revela uma trama de vingança e traição dentro do crime organizado, com Gritzbach sendo alvo de execuções após se tornar delator

O Ministério Público de São Paulo denunciou seis pessoas pelo assassinato brutal do corretor de imóveis e delator Antônio Vinícius Gritzbach e do motorista de aplicativo Celso Araújo Sampaio de Novais, ocorrido em novembro do ano passado no Aeroporto Internacional de Guarulhos.

Apesar das denúncias, a Promotoria deixou claro que o caso está longe de ser encerrado.

Entre os acusados estão policiais militares, criminosos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC) e informantes. Emílio Carlos Gongorra Castilho, conhecido como “Bill” ou “Cigarreira”, foi apontado como mandante da execução, com apoio de Diego dos Santos Amaral, o “Didi”.

Além deles, os PMs Dênis Antônio Martins e Ruan Silva Rodrigues foram identificados como executores do crime. O agente Fernando Genauro teria dirigido o veículo usado no ataque, enquanto Kauê do Amaral Coelho, atualmente foragido, teria monitorado a chegada da vítima ao aeroporto.

A gravidade do caso vai além da brutalidade do crime. A denúncia do MP destaca que a execução foi meticulosamente planejada por uma rede criminosa que inclui membros da polícia militar, que deveriam zelar pela segurança pública. A presença de agentes de segurança no esquema escancara a infiltração do crime organizado dentro das forças policiais, um problema crônico que o governo paulista falha em combater com eficácia.

Embora o MP tenha feito a denúncia, os próprios promotores admitem que há outras peças-chave ainda desconhecidas ou protegidas por um sistema que parece resistente a ser totalmente exposto. A promotora Vania Caceres Stefanoni enfatizou que essa é apenas a primeira de possíveis novas denúncias.

Rede de vingança

A motivação do crime revela uma trama de vingança e traição dentro do crime organizado, com Gritzbach sendo alvo de execuções após se tornar delator. O mandante, Cigarreira, tinha fortes ligações com o tráfico carioca e não aceitava que Gritzbach tivesse sido libertado pelo PCC após um sequestro, sob a promessa de repassar bens e senhas de contas bancárias milionárias à facção.

O corretor de imóveis também era investigado pelo assassinato de Anselmo Santa Fausta, o “Cara Preta”, um chefão do PCC, e do motorista dele, Antônio Corona Neto, o “Sem Sangue”. Além disso, o crime envolvia um desfalque de R$ 300 milhões da facção, algo que Cigarreira não perdoaria.

A Polícia Civil chegou ao nome do mandante após encontrar uma caixa de celular em uma busca e apreensão.

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