Hélio Ferraz representou a Fundação Padre Anchieta em Macau e assinou acordo de cooperação
Hélio Ferraz de Oliveira, ex-secretário especial da Cultura durante a administração de Jair Bolsonaro (PL), esteve nesta quinta-feira (7) em Macau, na China, representando a Fundação Padre Anchieta, gestora da TV Cultura, em um evento organizado pela TDM (Teledifusão de Macau), emissora local que discutiu o futuro das emissoras públicas de rádio e televisão.
Durante o evento, Ferraz foi apresentado como diretor da TV Cultura — cargo que ele oficialmente não ocupa, segundo a Fundação Padre Anchieta. Em nota, a Fundação esclareceu que Ferraz, que atua como colaborador desde janeiro de 2023 na área de Fomentos e Parcerias, esteve no evento representando o vice-presidente da Fundação, Eneas Pereira, que não pôde comparecer. Além disso, a instituição afirmou que todas as despesas de transporte, hospedagem e alimentação de Ferraz foram custeadas pela organização do evento.
Na ocasião, Ferraz também assinou um acordo de cooperação com a TDM, ampliando os laços entre as emissoras de ambos os países. A relação entre Ferraz e figuras do governo Bolsonaro, no entanto, reacendeu questionamentos. Próximo do deputado federal Mario Frias (PL-SP), Ferraz o sucedeu no comando da Secretaria da Cultura em março de 2022 e, antes disso, acompanhava Frias em clubes de tiro — fato que gerou controvérsia na época.
Em 2020, como secretário nacional do Audiovisual substituto, Ferraz ganhou notoriedade ao ir à sede da Cinemateca Brasileira, em São Paulo, acompanhado pela Polícia Federal para reivindicar as chaves da instituição, que então era gerida pela Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp). Em 2022, também foi criticado por ter realizado uma viagem com Frias a Nova York, custeada com recursos públicos, para se encontrar com o lutador de jiu-jítsu Renzo Gracie e produtores de espetáculos da Broadway — uma viagem que custou R$ 78 mil aos cofres públicos e não resultou em projetos concretos.
Após o fim do governo Bolsonaro, a indicação de Ferraz para assumir um cargo de diretor na Ancine (Agência Nacional do Cinema), feita pela gestão anterior, foi derrubada em janeiro de 2023 pelo atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).