As irregularidades na Americanas foram reveladas em janeiro de 2023, pouco depois de a companhia passar por uma troca de comando
Na manhã desta sexta-feira (28), o ex-CEO da Americanas, Miguel Gutierrez, foi preso em Madri pela polícia espanhola.
O ex-CEO, que tem também cidadania espanhola, e a ex-diretora Anna Christina Ramos Saicali saíram do Brasil e foram incluídos na difusão vermelha da Interpol.
Após pedir a prisão preventiva do ex-CEO, a Polícia Federal afirmou que o executivo se desfez de bens, entre eles imóveis e veículos, e enviou valores a offshores sediadas em paraísos fiscais.
Eles e outros 13 executivos da Americanas foram alvo na quinta-feira (27) de uma operação que buscava mais provas e evidências de um esquema que escamoteou nos balanços da varejista um rombo estimado em R$ 25 bilhões.
Ainda não está definido se ele será enviado ao Brasil ou se ficará preso na Espanha, uma vez que o país não extradita seus cidadãos.
Rombo bilionário
As irregularidades na Americanas foram reveladas em janeiro de 2023, pouco depois de a companhia passar por uma troca de comando.
O esquema consistia na maquiagem de operações de risco sacado, mecanismo pelo qual os bancos abrem linhas de crédito para que os fornecedores abatam faturas com desconto e depois cobrem o valor da empresa.
Com esses números manipulados, segundo a PF, os executivos recebiam bônus milionários por desempenho e obtinham lucros ao vender as ações infladas no mercado financeiro.
Foram identificados vários crimes, como manipulação de mercado, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Caso sejam condenados, os alvos poderão pegar até 26 anos de prisão.