Em publicação no Instagram, Ednéia Carvalho falou sobre o impacto emocional da situação e o apoio recebido em meio à crise familiar e política

Em um desabafo compartilhado em seu Instagram, Ednéia Carvalho, esposa do ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, expressou as dificuldades que tem enfrentado após a demissão do marido, ocorrida em setembro. A modista revelou a dor de conviver com a injustiça, citando que, nos últimos dois meses, sua paz foi tirada devido às acusações contra ele. Silvio Almeida, alvo de um inquérito autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), enfrenta denúncias de assédio moral e sexual.

“Esses últimos dois meses não têm sido fáceis, conviver com a injustiça, tirarem a sua paz é algo que nem sei explicar”, escreveu Ednéia em uma publicação acompanhada de uma foto em que aparecem ela, Almeida e a filha do casal, Anesu. Ela também compartilhou o impacto emocional da maternidade: “Faz 1 ano e 3 meses que vivo a maternidade e a sensação é que o puerpério não acabou.”

A modista criticou o movimento feminista, alegando que, apesar das bandeiras levantadas, não encontrou acolhimento nesse momento difícil. “Fala-se tanto em pautas feministas, mas esse mesmo feminismo não me acolheu”, lamentou. Ela ainda recordou os momentos de dor vividos ao amamentar sua filha durante esse período de sofrimento. “Nunca vou esquecer das vezes que tive que amamentar a minha filha em meio a uma tristeza profunda”, afirmou.

Ednéia também se manifestou sobre a perda de apoio de algumas pessoas e a fidelidade de outras. “Estou feliz por estar na minha casa (SP), BSB [Brasília] não me fez bem, sentirei falta das boas amizades que lá fizemos, mais nada, mas essas mesmas amizades levaremos para a vida toda”, disse. “Teve quem pulou do barco, teve quem soltou a nossa mão, mas uma minoria que chega a ser irrelevante tamanha foi a rede de apoio que recebemos, inclusive aqui mesmo nessa mesma rede que massacrou minha família.”

Em sua mensagem final, Ednéia direcionou palavras de apoio ao marido. “Seguimos ansiosos por justiça, meu amor, conte comigo sempre, amo vc demais!”, escreveu.

O caso das acusações contra Silvio Almeida

A demissão de Silvio Almeida ocorreu após uma série de acusações de assédio sexual, com a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, confirmando ter sido uma das vítimas. Em 17 de setembro, o ministro do STF, André Mendonça, autorizou a abertura de um inquérito para investigar as alegações. A Procuradoria-Geral da República (PGR) também se manifestou a favor da investigação, que foi solicitada pela Polícia Federal.

Anielle Franco relatou à Polícia Federal que as abordagens inadequadas de Almeida começaram no final de 2022, quando ambos passaram a integrar o grupo de transição do governo Lula. Em depoimento, a ministra descreveu as atitudes como “importunações sexuais”, que teriam escalado ao longo do tempo.

O presidente Lula, em nota divulgada após a demissão de Almeida, informou que a permanência do ministro no cargo se tornou insustentável devido à gravidade das acusações de assédio. O ex-ministro, por sua vez, negou as acusações e afirmou que pediu sua própria demissão, comprometendo-se a provar sua inocência.

Além das denúncias de assédio sexual, o Ministério dos Direitos Humanos também foi alvo de acusações de assédio moral e pedidos de demissão desde o início da gestão. As alegações, no entanto, também foram refutadas por Silvio Almeida.