Escândalo: o silêncio dos nada inocentes

Operação do Ministério Público do Distrito Federal e Polícia Civil provoca uma movimentação silenciosa no IGES-DF, com o objetivo de protelar uma explosão.

Por Mino Pedrosa

 

Na semana passada, duas operações de guerra foram deflagradas no Distrito Federal, provocando um silêncio ensurdecedor na mídia. A primeira, realizada pelo Ministério Público e pela Polícia Civil, fez uma verdadeira devassa no Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGES-DF). Alessandra Lobato Nogueira Barros, chefe de gabinete do atual presidente, Juracy Cavalcante Lacerda Júnior, com um salário mensal de R$ 24.940,20, foi o alvo principal da operação.

O que poucos sabem é sobre a relação íntima entre ela e o ex-secretário de Saúde, Francisco Araújo, preso por corrupção durante o período em que esteve à frente da pasta. A empresa que fornece alimentos para o instituto foi o ponto central no desdobramento da operação “Escudeiro”. Empresários e agentes públicos foram alvos da ação coordenada pelo Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (DRCOR/Decor), por suspeita de pagarem propina a servidores do IGES-DF para garantir contratos de fornecimento de alimentos aos pacientes.

Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos, inclusive, na casa de Alessandra, que afirmou às autoridades: “Eu sou peixe pequeno nesse escândalo, sou formiguinha”. Entre o material apreendido, algumas surpresas: o carro levado pelos agentes estava em nome do ex-secretário de Saúde do DF, Francisco Araújo.

O Ministério Público do DF continua investigando a “caixa-preta” do IGES-DF, com o objetivo de levar à prisão todos os envolvidos, dentro e fora do instituto. A outra operação mencionada nesta reportagem foi o comportamento silencioso da mídia local, que fez “cara de paisagem” para um assunto de tal gravidade.

Na sexta-feira, dia 27, Alessandra Lobato Nogueira Barros negociou seu desligamento do instituto com uma indenização milionária. Já na Câmara Legislativa do Distrito Federal, o silêncio sobre o IGES-DF também ecoou, e os deputados se mantiveram calados.

Mino Pedrosa

Share on facebook
Share on twitter
Share on whatsapp
Share on telegram