O discurso do governador pode ser visto como uma tentativa de acalmar rumores e controlar as expectativas sobre seu futuro político
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), declarou nesta segunda-feira (4) que não pretende concorrer à Presidência da República em 2026, destacando sua intenção de buscar a reeleição no comando do estado.
Em entrevista ao CNN Money, Tarcísio reforçou seu foco no Palácio dos Bandeirantes, afirmando que seu único plano é disputar um segundo mandato em São Paulo. “A única coisa que eu vou concorrer é a reeleição ao governo de SP. (…) A visão de hoje vai se manter daqui dois anos. Eu já venho dizendo isso, mas as pessoas não acreditam. Quero ver quando chegar 2026, e todo mundo ver que eu estava falando [era] para valer”, declarou.
Curiosamente, a fala de Tarcísio alinha-se à postura de seu mentor político, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que, apesar de inelegível, já insinuou interesse em uma candidatura à Presidência em 2026. O discurso do governador pode ser visto como uma tentativa de acalmar rumores e controlar as expectativas sobre seu futuro político, especialmente depois que seu grupo conquistou uma expressiva vitória nas eleições municipais, consolidando o poder de sua base no estado.
Enquanto isso, no cenário nacional, o Partido Social Democrático (PSD), liderado por Gilberto Kassab — atualmente secretário de Relações Institucionais do governo de Tarcísio — saiu fortalecido nas eleições municipais, alcançando o controle sobre a maior população do país. Kassab foi mais claro ao expor suas ambições políticas para Tarcísio, revelando o projeto de impulsioná-lo como um potencial candidato à Presidência, em 2026 ou 2030.
“Meu projeto é Tarcísio. Sendo Tarcísio, eu vou estar alinhado com o projeto que seja compatível com o projeto do Tarcísio, seja ele governador ou presidente”, disse Kassab.
Resta saber se a fala de Tarcísio será mantida até 2026 ou se a pressão para sua entrada na corrida presidencial superará seu discurso de compromisso exclusivo com São Paulo.