Tentativa de nova gestão faz abrir as gavetas, revelando gestões catastróficas
Por Mino Pedrosa
A eleição para o comando do Minas Brasília Tênis Clube, que acontece neste domingo (16), esbarra em questão policial envolvendo a dobradinha entre Lucas Kontoyanis e seu vice, Natal Rodrigues Chaves, que tenta se perpetuar no poder com o pleito de amanhã.
No começo de setembro, uma comunicação feita ao MBTC assinada por Eloy Ferreira Diniz expõe a forma sorrateira como o grupo atua.
No documento, a esposa do candidato a vice na chapa 12, a senhora Rose, encarregada de fazer a faxina para apagar os rastros das pegadas deixadas pela dupla Natal e Lucas, ameaçou um integrante do clube após este ter evidenciado o desvio de recursos do cofre da entidade.
“Eu sei onde você mora e tome cuidado comigo. Estão falando que você disse que o Natal está roubando do Minas“, declarou, em tom de ameaça, a confidente do vice.
Neste semana, em uma carta aberta divulgada pelo ardiloso lobista Lucas Kontoyanis, da fraudulenta chapa “Minas do Futuro Mais Mulheres” (ou chapa 12), o candidato a presidente da MBTC, espaço privado de lazer da capital federal, alegou que este portal difundiu Fake News, mesmo tendo veiculado uma denúncia com base em documentos.
No primeiro momento do texto publicado contra este portal, o famoso lobista cita a falcatrua criada por seu criminoso grupo político para desviar recursos da entidade por meio da construção da cobertura da quadra de tênis, mas tenta confundir o eleitorado do clube ao não questionar o absurdo e vergonhoso e ilegal valor gasto com a obra, de R$ 400 mil.
A publicação assinada pelo ardiloso candidato, que se diz um importante cientista político, também não desmente e nem contrapõe nenhum dos documentos publicados por este portal, apenas cria uma cortina de fumaça para tentar convencer os associados de uma idoneidade inexistente. Em resumo, Kontoyanis tenta fugir das provas da realidade, que são os recorrentes desvios do dinheiro dos associados do clube por meio de métodos escusos.
Além do superfaturamento criminoso da construção, porém, o candidato também não explicou a utilização de empresas fantasmas para influenciar o processo de escolha da empresa Brasilino Produtos Metalúrgicos Ltda, responsável pela construção da cobertura.
Após o portal denunciar as engrenagens da corrupção do lobista Lucas Kontoyanis, a reportagem decidiu revelar novas evidências e documentos que comprovam a forma vil e ardilosa como Lucas usa sua mão de ferro na entidade para saquear os cofres do clube.
Ainda quando exercia a função de presidente do Conselho Fiscal, de 2007 a 2010, o também advogado chegou a tentar desviar R$ 1 milhão dos cofres sofridos do clube para receber em propina.
A tentativa de desvio ocorreu ainda em 2008, quando o Conselho Deliberativo da entidade decidiu assinar um contrato de quatro anos de locação de seu salão de festas para a Mansão Oásis por R$ 1 milhão, após o valor ser abaixado.
À época, Lucas Kontoyanis tentou convencer, porém, o responsável pelo estabelecimento a propor R$ 2 milhões, sendo o montante acrescido destinado à propina a ser recebida também pelo lobista.
O criminoso diálogo com o representante da Mansão, contudo, foi relatado em uma das atas do clube, mas que o escândalo chegou a ser abafado após o influente lobista atuar com mão de ferro para enterrar as acusações e evitar que o caso virasse de polícia.
Segundo questionou espantado o então conselheiro Marcos Araújo à época, como relata o documento, outras propostas foram escondidas do Conselho Deliberativo para beneficiar a empresa escolhida por Lucas Kontoyanis.
“Se existiam propostas em princípio melhores, se elas foram realmente concretizadas, elas deveriam ter sido trazidas pelo menos por consideração. Se isso aqui for verdade, estou me sentindo totalmente ultrajado, enganado“, afirmou durante a reunião.
Modus Operandi
A forma vil como o atual presidente do conselho atua junto a organizações privadas, não se distingue, porém, de sua atuação junto a políticos e a órgãos públicos.
O sistema fraudulento montado tem dois alicerces que sempre se repetem como duas engrenagens que financiam o submundo da política brasiliense, chegando a, inclusive, permitir que Kontoyanis tenha influência direta em, ao menos, sete gabinetes na Câmara Legislativa do DF.
O boquirroto diz em alto e bom som, ser dono de, pelo menos, 50% do mandato de cada distrital eleito por suas podres mãos, a exemplo do ex-distrital Reginaldo Sardinha, que Kontoyanis cita em gravação. O advogado, porém, tenta transformar o clube em um puxadinho dos esquemas comprovados na Câmara Legislativa, onde exerce seu espólio político.
O lobista não para por aí, atuou na campanha da OAB-DF (Ordem dos Advogados do Brasil) em duas frentes (situação e oposição) traindo o grupo a quem havia inicialmente prestado o serviço.