No aniversário de Brasília, a parlamentar Jane Klebia (AGIR-DF) direcionou emenda para festa comandada pelo pupilo com direito a farra nas contratações
Por Mino Pedrosa
A contínua farra das emendas no Itapuã não é novidade. A festa extravagante com o dinheiro público não é de hoje, que o diga Amado Batista, o famoso cantor das multidões, que foi inesperadamente envolvido em meio ao escândalo escabroso, que também ceifou a cabeça do então administrador, Donizete dos Santos, que resignou-se ao cargo em 2013 e veio a falecer anos mais tarde. Não muito distante do Itapuã, bem ao lado, anos mais tarde, uma mulher negra e combativa sentou-se na cobiçada cadeira de delegada da 6ª Delegacia de Polícia do Paranoá e caiu nas boas graças da população. Trata-se de Jane Klebia, destemida delegada de carreira da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
Com o estrondoso sucesso na região, Jane conseguiu se eleger deputada distrital pelo Agir-DF e, com sua meteórica ascensão política, também conquistou um prestigiado espaço no Governo do Distrito Federal (GDF) e, consequentemente, a cobiçada indicação do administrador do Itapuã e Paranoá. Aí começam as intricadas complicações na vida da deputada. O que não se sabia até o momento é que Dilson Bulhões, indicado por Jane para a Administração Regional, é parente consanguíneo direto da parlamentar e vem usando a administração para alavancar recursos com manobras nada republicanas e, ao que tudo indica, com o tácito aval da distrital. Dilson é temido pelos funcionários da Administração pela sua truculência no trato das pessoas e também no atendimento ao publico, quando estes se recusam a entrar no grupo político, tratando a região como uma verdadeira Sucupira dos dias atuais.
No festivo aniversário de 64 anos de Brasília, uma obra grandiosamente esperada foi inaugurada, trata-se do monumental viaduto do Itapuã/Paranoá, uma obra de milhões. No dia, a população teve direito a exuberantes shows e muita música vibrante, mas o verdadeiro pano de fundo foi a emenda utilizada para bancar a pomposa festa. A parlamentar usou de sua prerrogativa de enviar emendas e destinou uma considerável verba para o regabofe.
O trâmite burocrático passa pela Secretaria de Cultura e, de lá, o Instituto Expressão Cultural de Brasília é acionado pela Administração e encarregado de fazer os pagamentos para as diversas empresas participantes do evento.
Tudo estaria dentro da aparente normalidade se o Fatos Online não descobrisse e revelasse toda a complexa trama com o dinheiro público. Com a emenda no caixa, Dilson tratou de fazer as contratações via Expressão Cultural e, como não havia necessidade de licitação, o esquema funcionou perfeitamente. As empresas contratadas são de propriedade de funcionários comissionados da Administração onde foi executado o evento.
O Dia Feliz contou com toda a robusta estrutura de segurança e brigadistas que, de acordo com fontes ouvidas pela reportagem, são de propriedade de um assessor direto de Dilson Bulhões na Administração. A animada banda de pagode Os Crioulos também fez parte da festa; porém, a banda é de propriedade do diretor de Cultura do Paranoá, feudo da parlamentar, deixando “tudo em casa.”
Agora, toda essa rocambolesca manobra esta nas mãos do Ministério Publico do Distrito federal (MPDFT) após o depoimento do presidente da principal feira da região, Adair Martins Brito.