Deputados federais protagonizam chuva de ofensas e processos

Deputados Nikolas Ferreira (PL), Erika Hilton (PSol) e Júlia Zanatta (PL) trocaram farpas, que ainda reverberam nos órgão judiciais

No cenário atual da política brasileira, uma significativa parte dos deputados federais enfrenta investigações judiciais. Dos 513 parlamentares, pelo menos 111 estão sob escrutinização, conforme dados dos tribunais. Os políticos sob investigação integram 16 partidos, de um amplo espectro ideológico. Todavia, os deputados do Partido Liberal (PL) são os que registram o maior número de ocorrências. Como exemplo, os deputados Gilvan da Federal (PL-ES) e Júnior Lourenço (PL-MA) têm dez processos cada um e encabeçam o ranking. Parte das acusações ocorreram após os atos de 8 de janeiro, que motivaram investigações para localizar os financiadores do evento. Por outro lado, outro aspecto que influenciou no grande número de litígios é a troca de ofensas constantes entre expoentes da direita e da esquerda na Casa Legislativa Federal. O fenômeno tem enfraquecido o debate político e se tornou comum com a intensificação da polarização.

Para ilustrar o que tem ocorrido em plenário, nas últimas semanas, os deputados Nikolas Ferreira (PL), Erika Hilton (PSol) e Júlia Zanatta (PL) trocaram farpas, que ainda reverberam nos órgão judiciais. No último capítulo do embate, a procuradora regional da República, Raquel Branquinho, enviou uma representação ao Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, contra a deputada Erika Hilton. A denúncia foi protocolada por Zanatta, que alega que Hilton fez comentários desrespeitosos contra ela durante uma sessão na Câmara. Entre os comentários, Hilton teria chamado Zanatta de “ridícula”, “feia” e “ultrapassada”, além de fazer observações pessoais sobre o cabelo e a aparência da parlamentar. Veja abaixo:

 

 

Em resposta, Branquinho decidiu encaminhar a representação à PGR, destacando que o caso, em tese, envolve um crime de violência política de gênero cometido por alguém com foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal. “Considerando que a representação noticia a ocorrência, em tese, de crime de violência política de gênero praticada por detentora de foro por prerrogativa de função no Supremo Tribunal Federal, encaminho a documentação anexa para as providências cabíveis”, afirmou a procuradora.

A polêmica ganhou ampla repercussão nas redes sociais após o incidente ser registrado em vídeos. Em defesa de Zanatta, o deputado Nikolas Ferreira se voltou para Hilton e disse: “Pelo menos, ela é ela”. Em resposta, Hilton ajuizou uma ação judicial contra Ferreira, reivindicando R$ 5 milhões por transfobia.

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