O trâmite do inquérito que apura o crime de estupro na orgia em um quarto de motel com participação de Daniel Donizet passou pelo MPDFT
Por Mino Pedrosa
O crime bárbaro cometido em um quarto de motel percorreu os trâmites legais até chegar ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Segundo informações obtidas com exclusividade pelo Fatos Online, após a vítima Bárbara Toledo procurar a 11ª Delegacia de Polícia no Núcleo Bandeirante e relatar a agressão física e sexual sofrida por um então assessor especial Marco Aurélio Oliveira Barboza aos olhos e ouvidos do distrital Daniel Donizet, o delegado instaurou inquérito policial com diligências e o encaminhou ao MPDFT.
A reação da promotoria que recebeu o caso foi, baixar o processo e pedir algumas “cotas” com novas diligências, ou seja, pontos a serem apurados pela Polícia Civil do DF. O delegado então alega não ter encontrado a vítima, mas, na ocorrência, o telefone sempre esteve a disposição para o aprofundamento de qualquer investigação.
Passados três meses, a vítima, cansada de esperar pela atuação célere da polícia e do Ministério Público, resolveu denunciar o caso à imprensa. A partir daí, o Ministério Público não se pronunciou até o momento e a Polícia Civil alega se tratar de uma investigação sigilosa.
O que causa estranheza foi o MPDFT receber a denúncia com surpresa, deixando transparecer que, em algum momento, este inquérito ficou adormecido em alguma gaveta. Diante do escândalo de estupro, outras vítimas de assédio sexual praticadas pelo próprio deputado Daniel Donizet se encorajaram e estão procurando o Ministério Público para denunciar o comportamento criminoso do deputado.
De forma inconsequente e insensível às dores sofridas pelas vítimas do distrital, a Promotoria dos Direitos Humanos do Ministério Público local, adiou os depoimentos de ex-servidoras do gabinete do parlamentar que acusam diretamente o deputado Donizet de crime sexual.
O Ministério Público, que, em um primeiro momento, demonstrou abraçar a causa, passou a evitar novos relatos de vítimas ligadas diretamente ao distrital, mesmo tendo o caso ganhado as manchetes da mídia nacional.
A expectativa em torno dos depoimentos, porém, é muito grande e os parlamentares da CLDF aguardam ansiosos pelo desfecho de toda a trama criminosa envolvendo o gabinete do distrital Daniel Donizet.
Sobre o primeiro caso revelado, envolvendo a acompanhante de luxo, a PCDF também não informou se teve acesso às câmeras de segurança do motel e da boate em que estiveram os agressores e as vítimas em março.
Sabendo da morosidade das autoridades locais, organismos internacionais ligados aos Direitos Humanos e aos direitos das mulheres já estão se mobilizando para cobrar uma explicação dos órgãos locais sobre os casos, o que inclui o de outras várias mulheres assediadas e agredidas por Daniel Donizet.
A atuação do Ministério Público em favor do distrital Daniel Donizet tem sido questionada desde quando o órgão enterrou, mesmo com fartas provas, a denúncia de rachadinha envolvendo o parlamentar e que gerou um mandado de busca e apreensão em seu gabinete em dezembro de 2021.