Novos depoimentos de outras vítimas no Ministério Público revelam crimes sexuais praticados pelo deputado distrital Daniel Donizet
Por Mino Pedrosa
Em Brasília a autoridade parlamentar mistura o poder com a impunidade e promiscuidade. Na semana passada, veio à tona um crime covarde que pode levar à cassação do mandato parlamentar de um deputado com uma votação muito expressiva.
Dito defensor dos animais, bandeira que fez jus a essa votação surpreendedora, Daniel Donizet está sendo acusado de participar do crime de violência contra a mulher em um motel em Brasília quando fazia uma orgia conhecida por “bacanal”.
As vítimas mulheres denunciaram o deputado distrital indiretamente, pois a violência foi cometida por seu principal assessor Marco Aurelio Oliveira Barboza, mas o distrital nada fez para evitar a violência contra a vítima.
A denúncia feita pela acompanhante violentamente e covardemente agredida Bárbara Toledo com socos e pontapés por se recusar a fazer sexo sem preservativo, é detalhada e é reforçado por testemunhas inclusive, que viram o parlamentar deixando a boate em companhia das outras cinco pessoas. Esses depoimentos já estão sendo colhidos pelo Ministério Público local.
Marcos Barboza, após espancar a vítima, praticou estupro. Enquanto a violência ocorria, porém, o deputado Daniel Donizet e o outro assessor João Paulo Quirino dos Santos participavam do bacanal no mesmo ambiente.
A denúncia feita pela vítima na delegacia com um depoimento mergulhado em detalhes descreve uma cena no mínimo traumática para quem participou. Mas todos esses elementos colhidos pelo delegado de plantão Marcelo Lima de Castro Pinheiro na presença das testemunhas José Rafael Vieira Furtado, agente da Polícia Civil, e Rodrigo Teixeira Moreti, escrivão da corporação, e encaminhados para a 11ª Delegacia de Polícia, ficaram adormecidos na gaveta da delegacia do Núcleo Bandeirante.
Após três meses a vítima cansada de esperar o resultado da denúncia, sentiu o peso do poder que o parlamentar tem e resolveu denunciar no Ministério Público e na imprensa gravando um vídeo mostrando o rosto e narrando todo o episódio com detalhes.
Ao ser divulgado pela mídia, surgiram outras denúncias também já no Ministério Público, mas, desta vez, envolvendo diretamente o deputado Daniel Donizet por crimes sexuais e de assédio.
As denúncias caíram como uma bomba na Câmara Legislativa do Distrito Federal e nos seus eleitores, que não conheciam jamais o perfil verdadeiro do parlamentar.
Procurado pela imprensa, o deputado negou ter participado do bacanal, mas, logo após a repercussão, se contradisse justificando que a investigação feita pela Polícia Civil, teria o isentado por falta de provas, mas não é bem assim. O delegado ainda está investigando o caso e conta com provas contundentes no inquérito policial.
Na CLDF, o presidente Wellington Luiz autorizou que a Procuradoria da Mulher, representada pela deputada Jane Klebia, e a Comissão de Direitos Humanos da Casa investigassem a fundo a conduta e a participação de Daniel Donizet no caso.
Experiente, a deputada Jane Klebia, também delegada de polícia, já requisitou o inquérito e acompanha com lupa, identificando os crimes cometidos na orgia acontecida em um único ambiente.
Veja a denúncia de Bárbara Toledo;