O esquema de extorsão se estendia por dezenas de estabelecimentos, incluindo ferros-velhos, depósitos de gás e lojas de materiais de construção
Nesta quinta-feira (7), uma operação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), em parceria com a Corregedoria da Polícia Militar, revelou um esquema assustador de corrupção dentro da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ).
O objetivo era deter 22 policiais denunciados por crimes como corrupção passiva, negativa de obediência e associação criminosa. A operação resultou na prisão de 21 desses agentes, que, segundo a investigação, conduziam um esquema de extorsão conhecido como “tour da propina” em Nova Iguaçu.
As investigações, motivadas por uma denúncia anônima, expuseram uma prática recorrente: policiais do 20º BPM extorquiam comerciantes em diversos bairros de Nova Iguaçu, começando por uma loja de reciclagem no bairro Miguel Couto.
A denúncia apontou que, nas sextas-feiras, as viaturas estacionavam em frente aos estabelecimentos, onde os policiais recolhiam quantias em dinheiro. Em alguns casos, um dos agentes saía da viatura, entrava rapidamente na loja para pegar o dinheiro e retornava ao veículo antes de sair.
O esquema de extorsão se estendia por dezenas de estabelecimentos, incluindo ferros-velhos, depósitos de gás e lojas de materiais de construção. E o escândalo não para aí: em uma afronta descarada à ética e ao serviço público, os policiais também recolhiam mercadorias como engradados de cerveja em depósitos e frutas de hortifrutis, aproveitando-se dos comerciantes com uma ousadia que desafia o senso comum.
Conforme declarou o MPRJ, “os policiais transformaram suas funções numa autêntica ‘caçada ao arrego’”, referindo-se à busca sistemática de subornos.