A decisão foi unânime, com alinhamento dos votos dos quatro diretores indicados por Lula
Nesta quarta-feira (31), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) optou, por manter a taxa Selic, em 10,50%. Na última reunião do Copom, realizada em junho, o ciclo de cortes dos juros foi interrompido após uma sequência de quedas em 2023.
A decisão foi unânime, com alinhamento dos votos dos quatro diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), incluindo Gabriel Galípolo, o favorito a assumir o comando da autarquia em 2025.
Até o fim do ano, quando termina o mandato de Roberto Campos Neto, atual presidente da autoridade monetária, o Copom tem mais três rodadas de reuniões.
Lula x Campos Neto
O petista, que já é um assumido crítico do Presidente do Banco Central, Campos Neto, disse na última decisão do Copom, que quem “perde“ é o povo brasileiro. “Quem perde com isso é o povo brasileiro. Quanto mais a gente pagar de juros, menos dinheiro tem para investir aqui dentro”, afirmou o chefe do executivo, em junho.
Lula também classificou como “absurdo” ter que presidir o país por dois anos tendo um indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Para o presidente, é inadmissível o chefe do Banco Central não ser alinhado com o atual mandatário do país:
“Como pode o presidente da República ganhar as eleições e, depois, não poder indicar o presidente do Banco Central? Ou, se indica, ele tem uma data. Estou há dois anos com o presidente do Banco Central do Bolsonaro. Então, não é correto isso”, disse Lula.
O presidente ainda afirmou que Campos Neto tem “lado político” que prejudica o país.