A última subida da Selic foi em agosto de 2022, em pleno governo de Jair Bolsonaro, na época, a equipe aumentou os juros de 12,75% para 13,25%
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou nesta quarta-feira (18) um aumento de 0,25 ponto percentual na taxa Selic, elevando-a para 10,75%. Este é o primeiro aumento desde agosto de 2022 e também o primeiro do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O mercado já projeta que a taxa pode chegar a 11,50% ao ano até janeiro, com um acréscimo total de 1 ponto percentual.
Analistas estimam que, a partir de julho de 2025, a Selic começará a recuar, encerrando o ano em 10,50% ao ano. No entanto, esse movimento ocorre em um contexto de crescente insatisfação com os altos juros reais no Brasil, que, segundo Lula, estão sufocando o crescimento econômico do país.
O aumento dos juros acontece no momento em que o economista Gabriel Galípolo foi indicado para assumir o comando do Banco Central a partir de 2025, ainda precisando passar por sabatina e aprovação no Senado.
Lula já expressou descontentamento com o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, indicado por Jair Bolsonaro, criticando a sua gestão e a elevada taxa de juros.
Com a autonomia do Banco Central já em vigor, seus diretores e o presidente têm mandato fixo, o que significa que não podem ser demitidos pelo presidente da República. Essa mudança foi vista como um avanço, mas também traz à tona a pergunta sobre até que ponto essa autonomia se alinha com a necessidade de um crescimento econômico robusto.
A última elevação da Selic, em agosto de 2022, ocorreu em um contexto de juros já considerados exorbitantes, alcançando 13,25%, a maior taxa desde 2016. Agora, com a nova alta, o cenário se torna ainda mais preocupante para consumidores e investidores, que enfrentam os impactos diretos da política monetária na economia real.