Aos 79 anos, o presidente criticou a ideia de que a juventude, por si só, resolveria os desafios de governança
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou que está preparado para “enfrentar a extrema-direita” nas eleições de 2026, caso não haja outra opção viável dentro do seu partido, mas ressaltou que espera não precisar disputar novamente.
Em entrevista à jornalista Christiane Amanpour, da CNN, Lula declarou que seu foco agora é concluir seu mandato com uma economia mais equilibrada e com menor desemprego.
Ele preferiu adiar as discussões eleitorais para o futuro, embora tenha deixado claro que, se nenhum candidato capaz surgir para desafiar uma possível candidatura de extrema-direita, ele estaria disposto a concorrer novamente.
“Espero que possamos contar com novos candidatos e renovar a política nacional e global”, disse Lula.
Na entrevista, o presidente criticou a ideia de que a juventude, por si só, resolveria os desafios de governança, afirmando que competência e comprometimento são mais relevantes do que idade. Segundo ele, “governar não é praticar esporte” e o que realmente importa é a capacidade e seriedade do governante.
Quando questionado sobre a proximidade entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e Donald Trump, Lula desdenhou da influência que essa relação poderia ter nas eleições de 2026. “Ele era presidente e eu o derrotei. Se ele estava apoiando o Trump, ele não tem voto nos Estados Unidos”, afirmou Lula.
Corte de gastos
A entrevista foi transmitida em um momento delicado para o governo, que ainda não conseguiu fechar um acordo sobre o corte de gastos. Com ministros reunidos no Palácio do Planalto, os debates sobre o ajuste fiscal seguem acirrados, mas sem definição.
A incerteza gera tensão tanto entre os ministros cujas pastas podem ser afetadas quanto no mercado financeiro, que reagiu negativamente.