Brazão é investigado por envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco, em 2018; já caso de Glauber evolve agressão contra um militante do MBL
Nesta quarta-feira (28), o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados avalia os requerimentos contra os deputados Glauber Braga (PSol-RJ) e Chiquinho Brazão (sem partido-RJ).
O processo contra Glauber Braga tem como relator o deputado Paulo Magalhães (PSD-BA). A acusação é de que Braga teria quebrado o decoro parlamentar ao agredir Gabriel Costenaro, um militante do Movimento Brasil Livre (MBL). O incidente ocorreu após uma provocação verbal de Costenaro no espaço da Câmara dos Deputados, quando Glauber empurrou e deu pontapés no militante.
Por outro lado, o processo contra Chiquinho Brazão está sob a responsabilidade da deputada Jack Rocha (PT-ES). A investigação foca na acusação de que Brazão estaria envolvido no assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, em 2018. A Polícia Federal (PF) identificou Chiquinho e seu irmão, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Rio de Janeiro, como mandantes do crime. Ambos estão presos atualmente. O parecer de Jack Rocha, protocolado em agosto e com caráter sigiloso, pode levar à perda de mandato de Chiquinho Brazão se for aprovado.
Apesar da semana de esforço concentrado na Câmara dos Deputados, o presidente Arthur Lira (PP-AL) permitiu que os deputados participassem de forma remota. A decisão pode esvaziar a comissão e adiar a resolução dos processos antes das eleições municipais de outubro, período em que o Congresso geralmente fica menos ativo devido às campanhas eleitorais.
Choro
Brazão ficou visivelmente emocionado ao ver seus familiares por videoconferência durante o 12º dia de audiência sobre o caso no Supremo Tribunal Federal (STF), realizado nesta terça-feira (27).
Os depoimentos estão sendo conduzidos por videoconferência. Durante a sessão, alguns familiares de Brazão ligaram suas câmeras, e ao ver seus rostos na tela, ele não conseguiu conter a emoção e começou a chorar.
Brazão está preso desde março na Penitenciária Federal de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. Com lágrimas nos olhos, ele começou a acenar e enviar beijos para seus familiares, que responderam com acenos e também mostraram sinais de emoção. Em meio à sala virtual, uma das pessoas segurava uma folha com a mensagem: “Deus está conosco”. Nesta quarta-feira (28), Ronnie Lessa, um dos apontados como executores de Marielle, voltará a prestar depoimento no STF.