Faltam profissionais para atendimentos básicos como pediatras, fisioterapeutas, psicólogos, fonoaudiólogos e até assistentes sociais
Na manhã desta segunda-feira (5), representantes da Comissão de Educação, Saúde e Cultura (Cesc) da Câmara Legislativa do DF e dos conselhos regionais de Medicina (CRM), de Farmácia (CRF) e de Enfermagem (Coren) realizaram, uma vistoria no Hospital Regional de Planaltina para verificar as condições de atendimento à população.
De acordo com o presidente da comissão, deputado Gabriel Magno (PT), o principal problema é a falta de gestão. “Além dos problemas que são comuns em outras unidades, como falta de leitos e de equipamentos, há uma carência enorme de pessoal, que prejudica a composição das escalas de trabalho”, afirmou.
Os problemas da unidade vão continuar mesmo após a conclusão das obras em parte do hospital, caso não seja recomposto o quadro de funcionários, disse o parlamentar. Faltam pediatras para darem fluxo ao atendimento das crianças, fisioterapeutas, psicólogos, fonoaudiólogos e até assistentes sociais.
Há 16 leitos, mas havia 30 pessoas internadas. Muitas delas em macas nos corredores. Falta tomógrafo e outros equipamentos básicos para a realização de exames. “É preciso melhorar a estrutura do hospital de Planaltina que é referência da rede na região e funciona como uma porta de entrada dos pacientes no sistema de sáude”, afirmou.
Segundo o deputado, a Cesc apresentará um relatório sobre a vistoria nos próximos dias e o encaminhará à Secretaria de Saúde, Conselho de Saúde, Tribunal de Contas do DF e ao Ministério Público com pedidos de providências. “O sistema de saúde do DF vive um caos em praticamente todas as suas unidades. Apesar disso, o GDF insiste em manter um sistema de gestão que não funciona”, finalizou.
Crise na saúde pública
No dia 3 de julho, a comissão foi até o Hospital Regional de Taguatinga (HRT), onde flagrou superlotação, equipamentos em falta e número de profissionais de saúde aquém do necessário.
Segundo relatos, faltavam macas para os pacientes da quimioterapia e haviam pacientes que não conseguiam receber os tratamentos sentados em cadeiras. No pronto-socorro há 68 leitos, mas havia 80 pessoas sendo tratadas.
Na pediatria, faltava material pra punção venosa, que é procedimento de rotina. O material que ainda está sendo usado é de baixa qualidade, o que prejudica o trabalho dos servidores. Também havia carência monitores para a verificação dos sinais das crianças, que estão internadas em berços antigos, o que as coloca em risco.
“Enquanto visitávamos, encontramos um senhor internado no corredor. Ele estava desde sexta-feira (28/6) em uma maca, no aguardo para tratamento ortopédico devido a uma fratura” disse Magno na oportunidade.