O governo anunciou a contratação emergencial do Consórcio Penedo-Neópolis para reconstruir a ponte, ao custo de R$ 171 milhões
As buscas pelos desaparecidos no trágico desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que ligava os estados de Maranhão e Tocantins, foram parcialmente interrompidas nesta quinta-feira (2).
Segundo a Marinha do Brasil, a suspensão do uso de mergulhadores e drones subaquáticos foi imposta pela abertura das comportas da usina hidrelétrica operada pelo Consórcio Estreito Energia (Ceste). O aumento das vazões foi justificado pela necessidade de regularizar o reservatório após fortes chuvas na região.
Enquanto isso, o saldo de vítimas do desastre segue assustador: 12 mortes confirmadas e cinco pessoas ainda desaparecidas.
A operação, que inicialmente contava com estratégias subaquáticas, agora se restringe a embarcações e drones aéreos não tripulados. Na quarta-feira (1º), uma picape S-10 foi resgatada de 42 metros de profundidade, mas não havia vítimas em seu interior.
Impactos ambientais
A tragédia não é apenas humana, mas também ambiental. Entre os veículos que despencaram no Rio Tocantins, estavam caminhões-tanque transportando ácido sulfúrico e defensivos agrícolas, ampliando os riscos de contaminação.
Apesar de duas reuniões organizadas pela Agência Nacional de Águas (ANA) terem confirmado a ausência de alterações significativas na qualidade da água até agora, o monitoramento diário e o risco de vazamentos permanecem como ameaças latentes.
O IBAMA notificou as empresas responsáveis pelas cargas tóxicas a realizarem a retirada imediata dos materiais submersos.
Reconstrução
O governo anunciou a contratação emergencial do Consórcio Penedo-Neópolis para reconstruir a ponte, ao custo de R$ 171 milhões, com previsão de conclusão até dezembro de 2025.
A nova estrutura promete ser mais ampla e moderna, com acostamento, ciclovia e melhorias nos acessos, mas o anúncio não apaga as falhas de manutenção e supervisão que culminaram no desastre.
As investigações conduzidas pela Polícia Federal, com reforço técnico de engenheiros e peritos ambientais, buscam apontar os responsáveis por essa tragédia anunciada.
É inadmissível que uma ponte de tamanha relevância, localizada sobre um rio que concentra atividades econômicas e sociais cruciais, tenha desabado sob circunstâncias que sugerem negligência.