BRB: a caixa preta prestes e ser aberta

Presidente do Banco Regional de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, é investigado sob sigilo. As jogadas de PH vão desde SAF no futebol, loteria estadual e milionários patrocínios que deterioram o patrimônio do BRB

Por Mino Pedrosa

No rastro do presidente do conglomerado do Banco Regional de Brasília (BRB), uma investigação em várias frentes de crimes cometidos no sistema financeiro vem fazendo com que o presidente do banco, Paulo Henrique da Costa, passe noites em claro e com medo do toc… toc da polícia às seis da manhã.

A jogada de Paulo Henrique passa pela compra do time de quarta divisão do futebol pernambucano, Santa Cruz. A SAF (Sociedade Anônima do Futebol) foi anunciada com toda pompa pela mídia nordestina, mas não atravessou a fronteira, pois em Brasília não se sabe quanto está custando para os cofres do combalido BRB.

Paulo Henrique, como torcedor coral do Santa, tenta impulsionar o time sem se preocupar com o custo, mas as últimas cartadas do cartola financeiro não estão sendo bem vistas pelas autoridades em Brasília. A jogada nebulosa traz à tona outros caminhos tortuosos percorridos pelo presidente do banco.

No mercado financeiro, PH, como é conhecido, vem sendo observado por estar fatiando o banco e maquiando os valores como lucro. No dia cinco de julho deste ano (05/07/2024), em comunicado ao mercado, o BRB afirma que concluiu o processo competitivo e as negociações dos termos e condições para realizar uma parceria estratégica envolvendo sua subsidiária integral BRB-Crédito, Financiamento e Investimento S.A (Financeira BRB).

Tal fato aponta que o Conselho de Administração do banco revela um grupo de investidores liderados por André Luiz Vieira Azim, José Ricardo Lemos Rezek e Carla Pontes, sendo que André e Carla são sócios fundadores da KDB Instituição de Pagamento S.A (Kardbank) e da Konect Sociedade de Crédito Direto S.A como parceiros estratégicos nos negócios da Financeira BRB, numa negociata que chega a R$ 320 milhões.

Acontece que Paulo Henrique esconde do Conselho que ele preside, que seu principal parceiro, André Luiz Vieira Azim, que está à frente do grupo, foi preso por comandar uma quadrilha desbaratada pela Polícia Federal, cometendo vários crimes contra o sistema financeiro. Agora André aparece em cena comandando as negociações da empresa parceira do BRB, criada a toque de caixa em dezembro de 2022, para colocar nas mãos uma fatia milionária do banco.

As investigações não param por aí. A PF, com o dossiê em mãos, descobre outras jogadas de PH, entre elas a lista de patrimônio residencial e comercial que foram dados em garantia a milionários empréstimos concedidos pelo banco para “uns.” O espólio do banco está sendo vendido como se fosse uma pizza francesa, ou seja, em vários pedaços, mas os compradores ocultos, que tiveram acesso privilegiado à lista, escolhem os melhores endereços para fazer as compras.

De acordo com fontes ouvidas pela reportagem na condição de anonimato, um dos privilegiados seria o mega incorporador Paulo Octávio, dono de uma das maiores construtoras do DF. Outras linhas das investigações dão conta dos empréstimos consignados para várias empresas de grande porte e crédito à disposição de funcionários. Acontece que existe uma suspeita de comissão velada.

Enquanto isso, a Polícia Federal e um procurador local mergulham no mar de documentação, montando o quebra-cabeça que vem deteriorando o único banco regional do Brasil.

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