Distrito Federal ocupa a 26ª posição no aspecto de inclusão social, quando comparada com as 27 unidades federativas avaliadas
Por Mateus Souza
Segundo o levantamento IPS Brasil 2024, divulgado nesta quarta-feira (3), Brasília desponta como a capital com melhor qualidade de vida no país, seguida por Goiânia, Belo Horizonte, Florianópolis e Curitiba. No entanto, a capital do país ainda figura entre as piores com relação à inclusão social, cuja média foi de 48,42, enquanto Brasília alcançou somente a pontuação de 37,23.
Com a pontuação máxima de 100, Brasília obteve as seguintes notas, nos aspectos analisados:
Nutrição e Cuidados Médicos Básicos: 74,58 — média nacional foi de 70,51
Água e Saneamento: 88,36 — média nacional foi de 77,79
Moradia: 87,18 — média nacional foi de 87,74
Segurança Pessoal: 66,51 — média nacional foi de 58,27
Acesso ao Conhecimento Básico: 73,77 — média nacional foi de 71,82
Acesso à Informação e Comunicação: 77,56 — média nacional foi de 69,77
Saúde e bem-estar: 68,77 — média nacional foi de 58,59
Qualidade do Meio Ambiente: 74,91 — média nacional foi de 68,21
Direitos Individuais: 63,1 — média nacional foi de 35,97
Liberdades Individuais e de Escolhas: 71,55 — média nacional foi de 51,04
Inclusão Social: 37,23 — média nacional foi de 48,42
Acesso à Educação Superior: 71,5 — média nacional foi de 43,88
Apesar dos muitos aspectos positivos, o estudo identificou desafios significativos de inclusão social para o Distrito Federal, que ocupa a 26ª posição entre as 27 unidades federativas avaliadas.
“O componente de Inclusão Social visa garantir que todos os indivíduos tenham acesso equitativo a oportunidades e recursos, independentemente de sua origem, raça, gênero, orientação sexual, condição socioeconômica ou deficiência”, explicou a pesquisa.
Desigualdade social
Brasília apresenta contrastes marcantes que evidenciam uma significativa desigualdade socioeconômica entre seus habitantes. A capital da República, com cerca de 3 milhões de residentes, é caracterizada por extremos distintos. Por um lado, a RA (Região Administrativa) do Lago Sul detém a maior renda domiciliar per capita do Brasil, alcançando R$ 10.979 mensais. Em contrapartida, o Sol Nascente, com seus 32.081 domicílios, destaca-se como a maior comunidade periférica do país. Devido às disparidades, o DF é o 4ª ente federativo mais desigual do país, de acordo com dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).
Os contrastes são visíveis na rotina da capital, já que uma parcela significativa dos trabalhadores inicia suas jornadas antes do amanhecer, partindo das áreas periféricas do Entorno do DF em direção ao centro de Brasília. Lá, desempenham trabalhos muitas vezes subvalorizados. Mesmo com a função de manter a cidade “viva”, o grupo ainda carece de serviços básicos e vive distante das regiões com maior qualidade de vida.
Aspectos gerais
Quando comparada com todos os municípios do país, Brasília fica em segundo lugar, atrás apenas de Gavião Peixoto (SP).
No âmbito estadual, o Distrito Federal e São Paulo destacaram-se com as melhores pontuações. Brasília foi especialmente reconhecida pelo desempenho em áreas como acesso à informação e comunicação, saúde e bem-estar, qualidade ambiental, direitos individuais, liberdades de escolha e educação superior.
Em geral, o IPS Brasil classificou os 20 melhores e piores municípios do país em termos de progresso social, destacando uma clara disparidade entre a Amazônia Legal, com a maioria dos municípios de pior desempenho, e o Sudeste, que abriga os de melhor nota.
No país. entre os aspectos avaliados, a moradia se destacou com a melhor média geral de 87,74, seguido por Água e Saneamento, que obteve 77,79. Por outro lado, Direitos Individuais e Acesso à Educação Superior foram os mais críticos, registrando respectivamente 35,97 e 43,88.
Utilizando a metodologia internacional do Social Progress Imperative, o IPS Brasil é a primeira aplicação abrangente dessa metodologia no Brasil. Desde 2014, o Social Progress Imperative coordena o IPS Global, que avalia o progresso social dos países através de 57 indicadores provenientes de pesquisas globais conduzidas por instituições renomadas como Health Metrics and Evaluation, UN Department of Economics and Social Affairs, e Gallup Poll.