Bolsonaro defende indicação do filho e minimiza impacto diplomático: “É solução, não crise”

A possível nomeação do filho do ex-presidente para a presidência da Comissão de Relações Exteriores não é bem recebida por setores do Congresso

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) desconsiderou qualquer crise na possível indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para presidir a Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados.

Bolsonaro alegou que a relação de seu filho com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deveria ser vista como um trunfo.

“Eduardo é amigo de Trump. Isso é ruim? Queria que fosse amigo de quem? Do [Nicolás] Maduro? Acha que isso é crise? É solução”, declarou Bolsonaro a jornalistas ao chegar a uma churrascaria para um almoço político com Valdemar Costa Neto, presidente do PL.

O encontro marca o primeiro contato entre Bolsonaro e Valdemar após mais de um ano sem comunicação, devido a restrições impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A liberação do contato foi concedida pelo ministro Alexandre de Moraes, o mesmo alvo de ataques e tentativas de sanções internacionais promovidas por Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos.

Resistência no Congresso

A possível nomeação do filho do ex-presidente para a presidência da Comissão de Relações Exteriores não é bem recebida por setores do Congresso, especialmente pelo PT.

Parlamentares da legenda apontam que Eduardo Bolsonaro representa um risco às relações diplomáticas do Brasil, não apenas pelos seus posicionamentos extremistas, mas também por seu recente lobby junto a autoridades norte-americanas para que impusessem sanções a Alexandre de Moraes.

Diante desse cenário, petistas tentam articular uma resistência à sua nomeação, buscando apoio na cúpula da Câmara e entre líderes do centrão. O objetivo seria evitar que a comissão, responsável por pautas sensíveis à imagem do Brasil no exterior, ficasse sob o comando de um parlamentar que constantemente flerta com a extrema direita global e coleciona gafes diplomáticas.

Câmara lava as mãos

Apesar das críticas e do potencial dano à imagem do Brasil, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), tenta se esquivar do debate. Para ele, a indicação de Eduardo Bolsonaro segue o regimento interno da Casa e, portanto, não há margem para interferência.

“Não acredito que seja uma crise, até porque essa distribuição pelos partidos, das comissões, é uma coisa que já é conhecida por todos, é uma praxe regimental, não há muito o que o presidente fazer”, afirmou Motta.

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