O STF tem reafirmado que os atos não foram manifestações pacíficas, mas sim uma tentativa deliberada de abalar o regime democrático

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está mobilizando apoiadores no Brasil e no exterior para pressionar pela anistia dos condenados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro. Manifestantes devem tomar as ruas neste fim de semana em diversas cidades, incluindo Miami, Roma, Barcelona e Nova York. No Brasil, a principal concentração ocorrerá no domingo (16), na orla de Copacabana, onde Bolsonaro pretende discursar e participar de uma motociata.

A convocação tem sido feita em tom dramático por Bolsonaro e seus aliados. Em um vídeo divulgado por Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o ex-presidente clama: “Participe. É pelo nosso futuro, pela nossa liberdade e pela anistia dos nossos irmãos“. O apelo tenta transformar os responsáveis pelos atos de vandalismo em vítimas, ignorando as sentenças do Supremo Tribunal Federal (STF), que já condenou dezenas de envolvidos.

Mobilização internacional

A estratégia de internacionalizar o protesto é clara: projetar a narrativa bolsonarista de perseguição política e tentar pressionar autoridades dentro e fora do Brasil. Os atos foram organizados em cidades como Londres, Paris, Lisboa e Washington, numa tentativa de sensibilizar a comunidade internacional.

Porém, a tentativa de reescrever os acontecimentos de 8 de janeiro esbarra em fatos incontestáveis: os ataques às sedes dos Três Poderes foram amplamente documentados, e os responsáveis foram identificados e julgados dentro da lei.

O STF tem reafirmado que os atos não foram manifestações pacíficas, mas sim uma tentativa deliberada de abalar o regime democrático.