Bolsonaro contesta denúncia e ironiza acusações sobre tentativa de golpe

Ex-presidente afirma que não tinha força para um golpe e pede julgamento pelo plenário do STF

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a questionar a legalidade das investigações que embasaram a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra ele por tentativa de golpe de Estado. Pouco antes de apresentar sua defesa ao Supremo Tribunal Federal (STF), ontem, Bolsonaro ironizou as acusações, afirmando que teria conspirado “com o Pateta, com o Pato Donald, com o Mickey Mouse”. A declaração faz referência ao fato de ele estar nos Estados Unidos quando ocorreram os ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, já havia feito declarações semelhantes. No mês passado, durante a Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), afirmou que a denúncia descrevia “um golpe de Estado da Disneylândia, sem armas, sem um plano, e enquanto ele estava em Orlando, provavelmente debatendo estratégias com o Pateta e recebendo conselhos de segurança nacional com o Mickey Mouse”. O parlamentar também chegou a divulgar uma imagem gerada por inteligência artificial do pai no parque temático da Flórida.

Em entrevista a jornalistas no Aeroporto de Brasília, Bolsonaro negou ter tido condições de executar um golpe e mencionou que, em dezembro de 2022, ainda durante seu governo, nomeou dois comandantes das Forças Armadas indicados pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele também afastou a relação entre os ataques de 8 de janeiro e a denúncia. “Estou sendo acusado de destruição de patrimônio, só se for por telepatia. E digo, esse pessoal que estava aqui foi atrás de uma armadilha, e mesmo que não fosse, isso não é golpe. Não existe golpe de Estado em cima de prédio, de pessoas”, afirmou.

A defesa do ex-presidente solicitou que o caso fosse analisado pelo plenário do STF, em vez de julgado pela Primeira Turma da Corte, composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. Bolsonaro também afirmou ter requisitado acesso à íntegra da delação premiada de seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, alegando que o conteúdo teria sido divulgado pelo Supremo de maneira “seletiva”.

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