A eleição para a Prefeitura de Belo Horizonte em 2024 terá um segundo turno entre Bruno Engler (PL) e Fuad Noman (PSD), após um primeiro turno acirrado no qual Engler obteve 34,38% dos votos válidos e Noman alcançou 26,47%, com 94,86% das urnas apuradas. Agora, ambos os candidatos terão o desafio de atrair o apoio dos eleitores que, no primeiro turno, votaram em Mauro Tramonte (15,22%), Gabriel (10,54%), Duda Salabert (7,68%) e Rogério Correia (4,40%).
A disputa em Belo Horizonte foi uma das mais acirradas do país, com um cenário de empate técnico entre os candidatos até a reta final, conforme indicaram as pesquisas. Engler, aliado ao bolsonarismo, emergiu como favorito, enquanto os demais candidatos lutavam pela segunda vaga no segundo turno.
O embate entre Engler e Noman reflete a polarização política que tem marcado Minas Gerais desde 2020. Nas últimas eleições municipais, Alexandre Kalil, um candidato de centro, venceu Engler, representante da direita bolsonarista. Já nas eleições estaduais de 2022, Romeu Zema, também aliado ao bolsonarismo, derrotou Kalil. Agora, o confronto na capital mineira coloca novamente um candidato de centro, Fuad Noman, apoiado pela esquerda, contra Engler.
No segundo turno, ambos precisarão ampliar suas bases de apoio. Bruno Engler, em entrevista, declarou que está aberto ao diálogo com todos os candidatos, exceto com aqueles que ele rotulou como pertencentes à “esquerda radical”, deixando claro que não pretende flexibilizar sua plataforma para atrair aliados. “Quem estiver disposto a dialogar conosco é muito bem-vindo. Quem tiver rejeição, só posso lamentar. Não vou mudar minha plataforma porque acho que pode trazer mais parceiros”, afirmou.
Por outro lado, Fuad Noman terá como principal foco captar os votos dos candidatos de esquerda, especialmente os que apoiaram Rogério Correia (PT) e Duda Salabert (PDT) no primeiro turno. O PT, de acordo com informações, já havia orientado Correia a suavizar os ataques contra o atual prefeito, a fim de evitar um cenário de segundo turno entre dois candidatos da direita. Noman também enfrentará o desafio de manter a tradição de reeleição na cidade, onde todos os prefeitos que buscaram um segundo mandato foram bem-sucedidos.
Além das dificuldades eleitorais, Noman enfrenta um problema pessoal sério: ele está em tratamento contra um câncer, o que pode influenciar sua agenda de campanha e a percepção dos eleitores.
Com a polarização já estabelecida, o segundo turno em Belo Horizonte promete ser um confronto intenso, com Engler defendendo uma plataforma de direita firme, enquanto Noman buscará fortalecer sua base ao centro, capturando o eleitorado progressista e garantindo a continuidade da gestão na capital mineira.