Os ministros afirmaram que o caso não pode ser comparado aos contatos revelados na “Vaza Jato”
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou, na sessão desta quarta-feira (14), que gostaria de esclarecer os fatos sobre o ministro Alexandre de Moraes: “Na vida, existem tempestades reais e tempestades fictícias. A meu ver, estamos diante de uma tempestade fictícia”, disse Barroso.
Barroso ainda explicou como funcionam as solicitações judiciais e os ritos dentro de inquéritos já existentes e compartilhados entre o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o STF.
“Nenhuma das matérias preocupam o meu gabinete, me preocupam”, comentou Alexandre de Moraes após reportagem da Folha de São Paulo afirmar que ele acionou o TSE fora do rito.
Os ministros do STF alegam que Moraes manteve uma postura consciente e correta e que as interações entre o ministro e funcionários do TSE são normais. Os magistrados afirmaram ainda que o caso não pode ser comparado aos contatos revelados na “Vaza Jato”, que envolviam o ex-juiz Sérgio Moro e membros do Ministério Público Federal.
Conversas vazadas
Segundo as informações, mais de 6 gigabytes de mensagens e arquivos trocados via WhatsApp entre assessores de Moraes revelam que pedidos informais foram feitos para investigar e abastecer o inquérito no STF, frequentemente sem registros oficiais desses pedidos.
Esses relatórios foram usados para basear ações como cancelamento de passaportes e bloqueio de redes sociais de indivíduos associados a Bolsonaro.
O material analisado inclui diálogos onde assessores expressam a urgência e a irritação de Moraes com a demora na produção dos relatórios solicitados. “Vocês querem que eu faça o laudo?”, reclama Moraes em uma das reproduções.