Banco Central segue tendência e eleva juros para 14,25% ao ano

O Banco Central, comandado por Gabriel Galípolo, repete a cartilha de aperto monetário que favorece bancos, investidores e grandes especuladores

Em mais um duro golpe contra o crescimento econômico e o consumo no país, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, nesta quarta-feira (19), elevar a taxa básica de juros (Selic) para 14,25% ao ano, o maior patamar em quase uma década.

A decisão unânime dos nove membros do comitê mantém o Brasil na liderança mundial entre os países que mais remuneram o rentismo e punem a atividade produtiva.

A taxa volta ao nível de 2015, período em que a economia brasileira afundava em recessão durante o governo Dilma Rousseff (PT). A medida, que penaliza diretamente o consumo e o investimento, deve permanecer por pelo menos 45 dias, mas o mercado já prevê que novas altas podem empurrar os juros para 15% ao ano ainda no primeiro semestre.

A quem interessa juros tão altos?

O Banco Central, comandado por Gabriel Galípolo, repete a cartilha de aperto monetário que favorece bancos, investidores e grandes especuladores, enquanto sufoca empresas, desestimula a geração de empregos e mantém o crédito inacessível para a maior parte da população.

A inflação acumulada em 12 meses está em 5,06%, mas o BC insiste em tratar o problema com doses cavalares de juros altos, mesmo que a economia já mostre sinais claros de desaquecimento.

O Copom justificou a decisão alegando a necessidade de “firme compromisso com a convergência da inflação à meta”, ignorando os efeitos colaterais devastadores da medida. Com juros tão elevados, o financiamento de moradias, veículos e investimentos produtivos se torna proibitivo, estrangulando o crescimento do PIB e penalizando principalmente a classe média e os mais pobres.

Inflação e Selic

Enquanto o Banco Central insiste na política de juros altos, a realidade econômica do Brasil questiona essa abordagem. O IPCA de fevereiro subiu 1,31%, a maior variação para o mês em 22 anos, impulsionado principalmente pelos preços dos alimentos e da energia — setores pouco influenciados pelos juros. Ou seja, a Selic elevada não ataca as reais causas da inflação, mas sim reduz o consumo e empurra milhões para o endividamento.

Além disso, projeções do mercado indicam que os juros permanecerão em níveis elevados durante todo o governo Lula (PT). A estimativa para os próximos anos é desanimadora:

  • 2025: 15% ao ano
  • 2026: 12,50% ao ano
  • 2027: 10,38% ao ano
  • 2028: 10% ao ano

Mesmo com a possibilidade de desaceleração no futuro, os analistas do mercado financeiro não acreditam que a Selic cairá para um dígito enquanto durar a gestão de Galípolo no Banco Central.

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