Mensagem foi enviada no mesmo dia do crime; o velório da 12ª vítima de feminicídio na capital foi marcado por protestos
Horas antes de cometer o feminicídio que vitimou Juliana Barboza Soares, de 34 anos, o ex-companheiro dela, Wallison Felipe de Oliveira, de 29 anos, enviou um áudio. No registro, Wallison pede para ser desbloqueado das redes sociais: “Juliana, eu preciso muito falar com você, por favor, me desbloqueie, me responda, eu estou te aguardando.”
No mesmo dia, 20 de agosto, Wallison, em um acesso de fúria, seguiu Juliana, que estava comemorando seu aniversário em família. Ele atropelou Juliana, além da mãe da ex, Maria do Socorro Barboza Soares, de 60 anos, e uma das filhas de Juliana, de 5 anos. Apesar da gravidade do atropelamento, a avó e a neta sobreviveram e continuam hospitalizadas. O ataque ocorreu na Quadra 3 do Setor Sul do Gama.
O veículo usado no crime, um Toyota Corolla, foi abandonado em um estacionamento próximo e, após a perícia, foi removido para o pátio da delegacia. Wallison, que estava foragido, foi localizado na quarta-feira (21) no Setor de Chácaras do Setor Leste do Gama, após uma denúncia anônima recebida pela PMDF. A ordem de prisão foi emitida por um tenente da PMDF de Santa Maria.
O velório de Juliana Barboza Soares, realizado nesta quinta-feira (22), foi marcado por intensa emoção e revolta. Cerca de 70 pessoas se reuniram no Cemitério do Gama para se despedir de Juliana, prestar solidariedade à família e protestar contra o 12º feminicídio registrado no DF em 2024.