Aumento de casos de Covid-19 e síndromes respiratórias alerta para necessidade de vacinação

Na semana epidemiológica mais recente, que teve fim no último dia 24, o Distrito Federal registrou 853 novos casos, o que representa um aumento de 20,3%

O novo Boletim InfoGripe da Fiocruz trouxe à tona um cenário preocupante: o aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em todas as faixas etárias analisadas, com destaque para a manutenção do crescimento de casos de Covid-19 entre os idosos e o início de um aumento entre pessoas de 15 a 64 anos. Em contrapartida, os dados apontam uma queda nos casos de SRAG causados pelos vírus influenza A e o vírus sincicial respiratório (VSR) na maior parte do território nacional. No Distrito Federal, o último óbito registrado, em decorrência do coronavírus, ocorreu entre a semana do dia 28 de julho e a do dia 3 de agosto, quando um idoso com mais de 80 anos e com comorbidade veio a falecer.

Até 24 de agosto, o Distrito Federal registrou um total de 950.585 casos confirmados de Covid-19, segundo dados da Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Na semana epidemiológica mais recente, foram notificados 853 novos casos em comparação à semana anterior, o que representa um aumento de 20,3%.

Do total de casos confirmados, 937.180 pessoas (98,6%) já estão recuperadas. No entanto, o número de óbitos chegou a 12.013, correspondendo a 1,3% dos casos. Entre os óbitos, 1.049 eram residentes de outros estados, sendo que 900 eram de Goiás. A distribuição dos óbitos por outros estados pode ser consultada na Tabela 2 do relatório.

No que se refere ao local de residência dos casos confirmados, a maioria, 844.997 (88,9%), reside no Distrito Federal. Outros 60.777 casos (6,4%) foram registrados em residentes de outras Unidades Federadas, com os municípios do entorno do DF representando a maior parte dos casos, totalizando 44.945 (4,7%).

As autoridades de saúde alertam para a necessidade contínua de vigilância e medidas preventivas, diante do aumento recente nos números de novos casos.

Tatiana Portella, pesquisadora do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e do Boletim InfoGripe, destacou que o aumento da SRAG no agregado nacional se deve principalmente ao rinovírus e ao Sars-CoV-2 (Covid-19) em muitos estados. “O VSR e o rinovírus permanecem como as principais causas de internações e óbitos em crianças de até dois anos, embora os casos de SRAG por VSR já demonstrem queda nas últimas semanas”, observou Portella.

Brasil

O boletim também revelou que 12 estados brasileiros, incluindo Alagoas, Bahia, Distrito Federal e São Paulo, estão em tendência de aumento de SRAG a longo prazo. Entre as capitais, cidades como Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília também apresentam crescimento nos casos. O aumento de casos em regiões do Nordeste e Centro-Sul está particularmente associado ao rinovírus em crianças e adolescentes de até 14 anos. Em São Paulo e Goiás, a Covid-19 tem sido a principal responsável pelo crescimento de SRAG entre idosos.

Diante deste cenário, Portella alerta para o risco de disseminação do vírus, especialmente devido ao alto fluxo de pessoas entre São Paulo e outros estados. “É muito provável que a gente observe um crescimento do número de casos de Covid-19 em outros estados. Desta forma, é importante que os hospitais e as unidades sentinelas de síndrome gripal de todos os estados reforcem a atenção para qualquer sinal de aumento expressivo na circulação do vírus”, enfatizou.

A pesquisadora reforçou a importância da vacinação, especialmente entre os grupos de risco. Embora os casos de influenza A estejam em declínio, o vírus continua sendo uma das principais causas de óbitos por SRAG entre os idosos.

Covid-19 ainda é mortal

A incidência e a mortalidade por SRAG continuam a impactar principalmente os extremos das faixas etárias, com crianças de até dois anos sendo mais afetadas pelo VSR e rinovírus, e idosos a partir de 65 anos pela Covid-19 e influenza A. No contexto das últimas semanas epidemiológicas, os vírus Sars-CoV-2 e influenza A continuam a ser os mais prevalentes entre os casos de óbitos, com 44,5% e 34,1%, respectivamente.

Até o momento, em 2024, já foram notificados 119.544 casos de SRAG, com 48,2% destes confirmados como positivos para algum vírus respiratório. A prevalência maior entre os casos positivos é do VSR (42,4%), seguido por Covid-19 (17,8%) e influenza A (18,9%).

Com o aumento de casos de SRAG, especialmente em estados-chave como São Paulo, e a prevalência contínua de Covid-19 e rinovírus, é crucial que o Brasil mantenha uma vigilância rigorosa e reforce as campanhas de vacinação. O monitoramento constante e a resposta rápida serão essenciais para evitar uma nova escalada de casos e proteger as populações mais vulneráveis.

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