Apostador que assumiu manipulação em jogos do Candangão é preso em Dubai

Em depoimento à CPI da Manipulação de Resultados e Apostas Esportivas, ele admitiu ter rebaixado 42 times em 26 estados brasileiros

A Interpol prendeu, nesta sexta-feira (8), a William Rogatto, conhecido como o “Rei do Rebaixamento”, acusado de liderar um esquema massivo de manipulação de resultados no futebol.

Rogatto, foragido da Justiça brasileira desde março, foi alvo de uma operação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) por seu envolvimento em fraudes enquanto dirigia o clube do DF, Santa Maria.

Em depoimento à CPI da Manipulação de Resultados e Apostas Esportivas, ele admitiu ter rebaixado 42 times em 26 estados brasileiros para lucrar com apostas esportivas – ganhos que afirma superar R$ 300 milhões. Na ocasião, alegou estar em Portugal, o que fez um grupo de senadores cogitar uma viagem à Europa para encontrá-lo, mas obstáculos legais impediram o encontro.

O senador Carlos Portinho (PL-RJ) agora busca a extradição de Rogatto em colaboração com a Polícia Federal, com vistas a um possível acordo de delação premiada. No depoimento, Rogatto revelou detalhes chocantes de seu esquema, afirmando que subornava árbitros, jogadores, dirigentes e até presidentes de clubes para garantir os rebaixamentos planejados.

O envolvimento de Rogatto com o Santa Maria acendeu o alerta do MPDFT, que o identifica como o líder de uma rede de manipulação que influenciou, ao menos, duas partidas do campeonato.

Apresentando-se como gestor do clube e prometendo formar uma equipe competitiva para o Estadual, ele teria enfraquecido propositalmente o elenco e convencido jogadores a manipular resultados para garantir a queda do time. O resultado foi desastroso: o Santa Maria acumulou apenas três pontos e terminou o campeonato na última colocação.

A suspeita sobre o Santa Maria ainda levou à abertura de uma investigação sobre dois atletas do clube, que teriam atuado deliberadamente para manipular o placar de jogos do Candangão 2024.

Com essa operação, o Ministério Público se depara com a dimensão assustadora de um esquema que escancara as vulnerabilidades e os interesses ilícitos que permeiam o futebol.

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