O mandato de Campos Neto, indicado ao cargo pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acaba no fim deste ano
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se esquivou das perguntas feitas sobre a sucessão da presidência do Banco Central. O petista não quis confirmar o nome do diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, como sucessor de Roberto Campos Neto.
“Não sei se é o Galípolo. Tenho o direito de indicar o presidente do Banco Central e mais alguns diretores. Antes de indicar, quero conversar com presidente do Senado, da Comissão, para que os indicados, eles sejam votados logo para que não sofram desgaste de especulação política por meses e meses”, afirmou, o chefe do executivo.
O mandato de Campos Neto, indicado ao cargo pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acaba no fim deste ano. Ele inclusive, já deixou claro que não irá se afastar do cargo antes do fim, mesmo após as pressões de Lula.
Questionado sobre as críticas feitas a Campos Neto, Lula disse: “Não me desagradou, não, o problema não é pessoal. Ele desagradou ao país, ao setor produtivo. Não tem explicação a taxa de juros estar a 10%. O BC deve ao povo brasileiro”.
Críticas de Lula
Lula já criticou o fato de o presidente da República eleito, não poder indicar diretamente o presidente do Banco Central. Ele elucidou que está há dois anos com o presidente do BC que foi indicado pelo ex-presidente Bolsonaro.
Campos Neto ainda relembrou que, em 2022 a taxa de juros chegou 13,75%, a maior em um ano eleitoral. “Se isso não é uma prova de que você é independente, e você agiu autonomamente, é difícil encontrar outro exemplo como esse”, disse o presidente da autarquia.
O petista defendeu que o correto seria o presidente da República fazer a indicação do presidente do BC e, se necessário, removê-lo. O mandatário ainda citou como exemplo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que removeu três presidentes do BC durante o mandato.