Acumulando polêmicas devido a seu passado nebuloso, Marçal se coloca definitivamente no páreo
O influenciador e candidato Pablo Marçal (PRTB) cresceu sete pontos em duas semanas e está empatado na liderança da disputa pela Prefeitura de São Paulo, segundo o Datafolha.
Mesmo com pedidos de cassação de sua candidatura e rompimentos com o Clã Bolsonaro, ele marcou 21%, no mesmo patamar do deputado Guilherme Boulos (PSOL), que oscilou de 22% para 23%, e do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que foi de 23% para 19%. A margem de erro da pesquisa, realizada na terça (20) e na quarta (21), é de três pontos percentuais.
O crescimento do ex-coach o confirma como fenômeno desta eleição na principal cidade brasileira até aqui, e mostra a principal arma de uma eleição: As redes sociais. Arma usada por Bolsonaro em 2018, tem o poder de eleger ou derrubar com facilidade um candidato.
Sem histórico político e acumulando polêmicas devido a seu passado nebuloso, que inclui condenação criminal, agressividade exacerbada contra adversários, ausência de propostas exequíveis, associações suspeitas de seus aliados com o crime organizado e desprezo pelas regras do jogo e pela Justiça Eleitoral, ele nem estava no páreo até maio.
Na pesquisa espontânea, aquela em que o eleitor cita seu nome preferido sem ver a lista de candidatos, ele pulou de 1% no fim de maio para 13% agora. Boulos segue à frente com 17% (eram 13% em maio) e Nunes oscilou de 9% para 7%.
Marçal é uma figura difícil de se adaptar, e coloca seus adversários em cheque, ninguém sabe qual é a próxima tirada ou qual sua próxima estratégia.
Marçal x Nunes
A campanha de Nunes está afetada com a nova pesquisa, pois o ex-coach avança de forma incisiva sobre votos do bolsonarismo, sendo o líder nesse grupo.
Bolsonaro tenta intervir no processo, dizendo que Nunes é seu candidato e batendo de frente com Marçal. Porém, o atual prefeito caiu de 38% para 30% entre os eleitores do ex-presidente.
Marçal x Boulos
O embate mais quente da eleição se dá por Marçal e Guilherme Boulos, o influencer chama Boulos de vagabundo e o acusa de invadir casas, remetendo a suas duas décadas como líder sem-teto, e critica o fato de o psolista ser o nome de Lula (PT).
Rebater os pontos sem cair nas provocações exige malabarismo e deixá-lo falando sozinho surtiu efeito em termos de desengajamento dos apoiadores de Marçal na internet, mas isso não se replica automaticamente na urna.
No debate organizado pelo Estadão, Marçal usou uma carteira de trabalho contra o psolista, e fingiu exorcizar Boulos.
Mesmo quando os dois se sentaram lado a lado, Marçal continuou a mostrar o documento, o que irritou Boulos a ponto de tentar arrancá-lo das mãos do adversário.
