Apagão cibernético global afeta serviços essenciais em diversos países

A CrowdStrike revelou que o problema ocorreu durante o processo de atualização do seu sistema de monitoramento de invasões

Nesta sexta-feira (19), um apagão cibernético global gerou sérios problemas em serviços essenciais ao redor do mundo, afetando setores cruciais como aviação, telecomunicações e finanças. Segundo agências internacionais, a Microsoft parece ser uma das maiores vítimas do incidente.

Desde a noite de quinta-feira (18), o site Downdetector, monitorado pela Deutsche Welle, registrou um aumento significativo de incidentes em sites que utilizam aplicativos da Microsoft. A empresa de segurança cibernética CrowdStrike confirmou que o problema está associado a falhas no sistema operacional Windows, detectadas pelo sensor “Falcon”.

Nos Estados Unidos, a rede de TV ABC relatou a suspensão de voos das companhias American Airlines, United e Delta devido ao apagão. O problema também afetou países como Austrália, Países Baixos, Panamá, Reino Unido, Alemanha, África do Sul e Índia.

No Reino Unido, serviços ferroviários, de telecomunicações e a bolsa de valores foram prejudicados, e o canal Sky News enfrentou dificuldades em suas transmissões ao vivo. Na Alemanha, dois hospitais cancelaram cirurgias eletivas em resposta ao impacto do apagão.

Na África do Sul, um dos maiores bancos do continente confirmou que todos os seus serviços estão nacionalmente afetados. Em Hong Kong, a Autoridade Aeroportuária informou que, apesar das dificuldades, os procedimentos de check-in foram adaptados para manual, e os voos continuam operando normalmente.

No Brasil, relatos de problemas começaram a surgir por volta das 7h, com usuários enfrentando dificuldades para acessar aplicativos de bancos como Bradesco, Pan, Neon e Next. No entanto, ainda não há confirmação de que essas dificuldades estejam diretamente ligadas ao apagão global.

Causas

A CrowdStrike revelou que o problema ocorreu durante o processo de atualização do seu sistema de monitoramento de invasões. A Microsoft foi uma das principais empresas afetadas, com todos os seus serviços interrompidos. Usuários ao redor do mundo relataram a exibição da temida tela azul no sistema Windows ao iniciar seus computadores, evidenciando o impacto da falha. A Microsoft utiliza a ferramenta Falcon em seu serviço de computação em nuvem, Azure, que é amplamente usado por empresas para gerenciar grandes volumes de dados.

O site Downdetector, conhecido por monitorar interrupções em serviços digitais, registrou um aumento significativo nas reclamações relacionadas aos aplicativos da Microsoft desde a noite de quinta-feira, 18 de julho. A empresa afirmou, por volta das 8h10 (horário de Brasília), que a falha havia sido corrigida, embora alguns aplicativos, como Teams, PowerBI e Fabric, continuassem instáveis.

A CrowdStrike orientou os clientes a entrarem em contato para suporte adicional, e o CEO da empresa, George Kurtz, anunciou que a falha foi identificada e corrigida. Thiago Ayub, diretor de tecnologia da Sage Networks, explicou que as empresas que enfrentaram o problema são usuárias de sistemas Windows, clientes da CrowdStrike e permitiram a atualização do software.

Com a repercussão da falha, especialistas destacaram a importância de rigorosos testes de validação antes da liberação de atualizações, especialmente para produtos de segurança cibernética amplamente utilizados. O Escritório Federal Suíço de Segurança Cibernética (BACS) e o site The Verge atribuíram a interrupção global à falha na atualização da CrowdStrike. Nos Estados Unidos, as principais companhias aéreas, como American Airlines, United e Delta, suspenderam todos os voos. No Brasil, usuários relataram problemas com aplicativos bancários.

Embora a CrowdStrike ainda não tenha confirmado uma relação direta entre a falha e o apagão global, o CEO da empresa pediu desculpas pelo incidente técnico em uma entrevista ao canal de televisão norte-americano NBC.

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