Encontro entre Lula e Anielle está previsto para a tarde desta sexta-feira (6) em Brasília; presidente, que está em Goiânia pela manhã, retornará à capital federal no início da tarde
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, chegou a Brasília na manhã desta sexta-feira (6/9) para discutir com o presidente Lula as acusações de abuso sexual feitas contra ela pelo ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida.
Anielle estava no Rio de Janeiro em compromissos oficiais quando o caso foi revelado na quinta-feira (5/9). A denúncia também envolve outras mulheres que procuraram o movimento Me Too. Até o momento, 14 pessoas, incluindo ministros, assessores do governo e amigos de Anielle, confirmaram detalhes sobre os supostos episódios de assédio, que teriam ocorrido no ano passado. Os episódios incluiriam toques inapropriados nas pernas da ministra, beijos impróprios ao cumprimentá-la e, supostamente, expressões chulas com conteúdo sexual proferidas por Silvio Almeida.
A organização que apoia vítimas de violência sexual confirmou o recebimento das denúncias contra Almeida, mas não revelou os nomes das vítimas, que solicitaram anonimato. Anielle, que ainda não comentou publicamente sobre o caso, é vista pelo Palácio do Planalto como uma confirmação indireta das acusações. Lula deseja conversar pessoalmente com a ministra antes de tomar uma decisão sobre a permanência de Almeida no governo, conforme noticiado na quinta-feira (5).
O encontro entre Lula e Anielle está previsto para a tarde desta sexta-feira (6) em Brasília. O presidente, que está em Goiânia pela manhã, retornará à capital federal no início da tarde. De acordo com aliados de Anielle, ela está disposta a confirmar as denúncias diretamente ao presidente.
No Planalto, a opinião é de que a permanência de Silvio Almeida no cargo tornou-se “insustentável”. Auxiliares de Lula acreditam que o ministro deveria pedir um afastamento temporário enquanto as denúncias são investigadas, mas Almeida ainda não demonstrou estar de acordo com a decisão.
Na noite de quinta-feira (5), Almeida publicou um vídeo e uma nota repudiando as acusações e alegando que são parte de uma perseguição contra ele, pedindo uma investigação. O Planalto informou que Almeida foi convocado na mesma noite para prestar esclarecimentos ao controlador-geral da União, Vinícius Carvalho, e ao advogado-geral da União, Jorge Messias.
A Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência declarou que o governo está tratando as denúncias com a seriedade e agilidade que casos de possíveis violências contra mulheres exigem.
Solidariedade de Janja
Na noite de quinta-feira (5), a primeira-dama Janja Lula da Silva compartilhou uma foto com a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. O post foi interpretado como um gesto de apoio à ministra.