Gustavo Gayer, um dos expoentes do bolsonarismo radical nas redes sociais, aproveitou a polêmica para lançar uma série de ofensas contra Gleisi
O presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (União-AP), acionou o Conselho de Ética da Câmara contra o deputado bolsonarista Gustavo Gayer (PL-GO), que disparou ataques misóginos contra a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.
A ofensiva do parlamentar veio após uma fala polêmica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tentou justificar a nomeação da ministra com um comentário infeliz.
Lula, em discurso na quarta-feira (12), dirigiu-se aos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre, para afirmar que colocou “uma mulher bonita” na articulação política como estratégia para melhorar a relação do Planalto com o Congresso.
“Eu quero mudar, restabelecer a relação com vocês [Congresso]. Por isso eu coloquei essa mulher bonita para ser ministra das Relações Institucionais. É que eu não quero mais ter distância entre vocês”, disse o presidente.
A declaração, que por si só já soou machista e reducionista, serviu de munição para a extrema-direita, que reagiu com ataques ainda mais agressivos.
Misoginia
Gustavo Gayer, um dos expoentes do bolsonarismo radical nas redes sociais, aproveitou a polêmica para lançar uma série de ofensas contra Gleisi. Em um comentário asqueroso, o deputado comparou a nomeação da ministra a uma negociação criminosa.
“O presidente ofereceu Gleisi como um cafetão oferece sua funcionária em uma negociação entre gangues”, publicou Gayer.
O deputado não parou por aí. Em outro ataque, mirou diretamente Lindbergh Farias, líder do PT na Câmara e companheiro de Gleisi. “Sua esposa sendo humilhada pelo seu chefe e você vai ficar calado?”, escreveu.
As falas de Gayer, que misturam machismo escancarado e uma retórica criminosa, foram rapidamente repudiadas por setores do Congresso, levando Alcolumbre a acionar o Conselho de Ética da Câmara para que o parlamentar responda por sua conduta.